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Sobre assessorimprensa

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Publicado por em outubro 24, 2015 em comprar, Geral

 

Marginalia desnuda

A cena em um samba, pagode ou qualquer outro tipo de música que acontece num bar; homens e mulheres dançando e cantando ao som de da música.

 

 

Quinzinho: mas Manezão, tua mulher…

(lisa mulher de Manezão não pára de olhar para quinzinho).

O manezão se levanta, bate na mesa. A música Pará.

 

Manezão: o que tem minha mulher?

Quinzinho: pó, manezão. Eu ia elogia, dizendo que ela é uma dama.

 

Alguns riem baixo, Manezão bate novamente na mesa.

 

Manezão: tão rindo de quê? Cambada de hiena. Por acaso, ela é ou não é uma dama?

 

Todos respondem afirmativamente

 

O samba volta, agora mais baixo, manezão e quinzinho conversam.

 

Quinzinho: manezão, nessa semana tudo correu bem. Ninguém foi preso, nem ferido, nem assassinado.

Manezão: ainda bem que todos estão bem. Mas cadê o dinheiro?

Quinzinho: num tem nenhum.

Manezão: pô. Mas vocês não assaltaram vários bancos, seqüestraram, e venderam quilos de drogas? Por acaso tão afanando o dinheiro?

Quinzinho: sim. Não. Mas acontece que muitos deram cheque, cartão ou pediram para fazer fiado.

Manezão: caracoles, mas eu já não avisei pra não fazer esse tipo de negócio?

Quinzinho: mas não aceita não faz negocio.

Manezão: preciso dar um jeito nisso. Assim não dá.

Tunico: já que a situação não melhora. Que tal recrutar jovens?

Manezão: jovens?(ri)

Quinzinho: só pode tá brincando.(ri)

Tunico: não, não to.

Manezão: mas eles não têm experiência.

Quinzinho: e, além disso, é tudo desordeiro, não faz a coisa como a gente quê.

Tunico: pode até ser. Mas muitos deles querem seguir carreira.

Quinzinho: manezão, nesse ponto ele tá certo. Muitos gostam dessa profissão, fazendo tudo para participar.

Manezão: então pode começar a campanha.

Tunico: já tenho até na cabeça como vai ser os cartazes. Assim: “você que já fez dezoito anos e já foi fichado na delegacia, aliste-se ao sindicato do golpe”.

Quinzinho: mas tem que por em todo canto.

Tunico: pode deixa comigo.

 

Saem. Horas depois, aparecem dois rapazes que estão passando pela rua, lêem em voz alta e correm parecem se alistar. São os primeiros da fila. O balcão de alistamento nem abriu.

Mitinho: o tinhão três oitão é demais. Lembra-se dele naquela batida com a polícia?

Betinho: lembro. Foi arrebentá. Mas você não acha que o zezão do pó quando ele escondeu a coca no tamborim foi brilhante?

 

Chega mais um

 

Zelinho: foi. Mas ceis hão de concordar. O manezão…

Mitinho: concordo.

Betinho: sem discussão.

 

O balcão abre. Tunico e quinzinho alistando.

 

Tunico: é fichado?

Zelinho: tenho, sinhô.

Tunico: o que cê fez?

Zelinho: já vendi cocaína, assaltei uma porção de gente, matem mais de dez.

Tunico: pode ir pro outro balcão. Próximo.É fichado?

Betinho: não. Mas eu matei uma família inteira, estuprei a mulher do dono da casa e não roubei a tv.

Tunico: e não tem foto na delegacia? Nem ficha?

Betinho: não, nunca me pegaram.

Tunico: pode ir pro outro balcão. Você tem futuro. Próximo. É fichado?

Mitinho: sim, por que matei quatro policiais, assaltei a casa da deputado.

 

Tunico: menino, você nasceu para isso.

Mitinho: todos já me disseram isso. Mas você, tunico, é o que esperava para trabalhar mesmo com isso.

Tunico: não fala isso não que me envergonho.

Mitinho: falo sim, te acompanha desde que você foi levado para o presídio… (nome conforme a região)

Tunico: Pará. Daqui a pouco vou me esconder.

Mitinho: tunico dá para você autografar esse papel aqui?

Tunico: sim. Eu faço tudo para você largar o meu pé. Toma, vai pro outro balcão.

Mitinho: quinzinho, você naquele assalto.

 

Todos saem, passa pra casa de manezão.

 

Lisa: jão Carlos, vai lá se alistar. Não deixa seu pai desapontado, num magoa seu pai.

João: mas eu não quero!

Manezão: mas é uma boa carreira.

Lisa: é mesmo. Olhe seu pai: começou como moleque de recado e olhe onde está agora… No topo.

João Carlos: mais mesmo que quisesse, não sou fichado na delegacia.

Manezão: mais se é isso eu arranjo, o delegado é meu chapa. Vamos lá.

João Carlos: mas eu não quero isso.

Manezão: então tá bom, mas depois não vem me pedir pra te alistar.

João Carlos: tá bom. Tchau, até mais.

 

Chegam quinzinho e tunico

 

Manezão: senta aí, gente. Lisa traz umas cerveja.

Quinzinho: manezão, cê precisa ver como recrutamento deu certo.  Até o fim do mês todos os jovens estão alistados.

Tunico: é verdade. Tem jovem que nem tinha ficha na delegacia em inventou algo para ser fichado.

Manezão: eu pensei que não é ia vir ninguém. Mas será que são bons ladrões?

Tunico: São. E tem um potencial…

Manezão (levanta da mesa e põem a mão no ombro dos dois) então ano que vem a gente faz isso de novo, não?

Quinzinho: era isso que eu ia te propor, justamente.

Chega tuniquinho, filho de tunico.

 

Tuniquinho: pai vai brincar na praia.Tá bom?

Tunico: que pergunta. Vai brincar de que? Futebol?

Tuniquinho: não, arrastão.

Tunico: arrastão?

Tuniquinho: é uma brincadeira nova, uma gostosura. Qualquer hora o senhor vai lá e vai vê lá como é. Tchau, pai.

Tunico: tchau. Meu filho.

Manezão: esses jovens… Só meu que é o meu desgosto. Já tá me deixando de cabelo branco.

Quinzinho: e já tão até dizendo que…

Manezão: que o quê?

Quinzinho: não é nada disso que você tá pensando.

Manezão: ainda bem, só me faltava essa.

Quinzinho: tão dizendo que tem ele tem jeito de malandro.

Tunico: não diz besteira.

Quinzinho: mas é verdade. Fiquei sabendo do Gilson que ficou sabendo através de Geraldo que ficou sabendo do Zé que ficou sabendo…

Manezão: chega, chega já é muito disgosto pra mim.

Tunico: quinzinho, você…

Quinzinho: se eu não dissesse ia fica sabendo de qualquer jeito.

Tunico: olha só com o estado do pobre.

Quinzinho: perá ai. Acha que já sei o que fazer.

Tunico: o que? Diz logo.

Quinzinho: fazer uma festa para comemorar o bandido que é João Carlos.

Manezão: (ri) quinzinho, só você mesmo pra me alegrar.

Quinzinho: mas não é piada, não.

Tunico: então tu tá variando.

Manezão: só pode, para dizer que meu filho é bandido.

Quinzinho: ainda num é, mais depois dessa festa vai toma gosto.

Manezão: tomara.

Tunico: quem sabe, né?

Manezão: poder avisa todo mundo, lisa.

Lisa: avisa o que, manezinho?

Manezão: sobre a festa pro pessoal. Pede pra dona ceição fazer as coisas.

Lisa: tá bom, manezinho.Pode deixar com sua lisinha.

Quinzinho: mane, já vou embora.

Manezão: já? Tão cedo?

Quinzinho: é pensar me deu sono. Tchau, gente.

Tunico: quinzinho, tá ficando estranho.

Manezão: não, ele sempre foi assim.

Tunico: cuidado que ele é um pouco terceiro. Acha que ele quer que a tua mulher, e ela ele.

MANEZÃO: não é não. E mulher uma santa. Fiel demais.

Tunico: não é não. Eu lembro dela no bar do Ernesto…

MANEZÃO: foi lá que a conheci.

Tunico: e tudo dia ele estava com um. Não sei como ela tá com você a um ano.

MANEZÃO: é que você sabe… Com um homem como eu, uma mulher não precisa procurar amante ou trair.

Tunico: mas mesmo assim é melhor ficar de olho.

MANEZÃO: que nada!

Tunico: tá. Já vou, minha cama está chamando.

 

Tunico sai, manezão fica pensando, depois sai.Passa no bar do Ernesto.

Ernesto: manezão, tá na fossa, rapaz?

MANEZÃO: não. Só quero que você me faça um favor.

Ernesto: pode pedir, to aqui pra isso.

MANEZÃO: dá para você observa quinzinho, ver o que tá fazendo, com quem anda.

Ernesto: pode dexá que eu faço. Qualquer coisa aviso.

Sae, fim da cena um.

Cena dois

Começa a festa para João Carlos

Tunico: João Carlos, eu quero parabeniza-lo.

João Carlos: é?

Tunico: meu presente é esse três oitão o que foi meu primeiro oitão. Pra dá sorte.

JOÃO CARLOS: brigadão.

Marquito: manezão, filho de peixe…

MANEZÃO: é feito o pai.

Marquito: Perá ai, mane. Que eu vou dar um presente pro seu filhão.

MANEZÃO: tá. Tô por aqui.

Marquito: João Carlos, eu tenho presente que foi meu primeiro disfarce.

João: mais isso é uma coisa que você não pode dar para ninguém.

Marquito: para você eu dou. Você é filho do melhor parceiro que já tive. Uma vez ele me ajudou fugir da polícia. Nunca me esquecerei.(emocionado)

João: assim vou ficar constrangido. Tá eu aceito.

 

Manezão vem conversar com eles

MANEZÃO: e ai,filhao, que achou do Marquito?

João: é o sujeito genial.

MANEZÃO: ele te contou um dos causo dele?

JOÃO CARLOS: ainda não. Conta.

MANEZÃO: como aquele que você só assaltou um banco vestido de padre e saiu na maior .

Marquito: olha  lá. O único que lembrava era esse. deixa-me lembrar.

João Carlos: mais como você conseguiu a roupa de padre?

Marquito: foi fácil. Antes de entrar para essa vida , eu estudei em seminário e cheguei a ser padre um ano. Até que…

João Carlos: o que aconteceu ?

Marquito: até que uns bandidos assaltaram minha igreja e resolvi segui-los.

JOÃO CARLOS: emocionante. Conta outro.

Marquito : outro eu não lembro. Mas eu posso dizer o nome de uns amigos na prisão pra quando você precisar.

João: depois o senhor escreve os nomes num papel.

Cleusa chega, dá um abraço forte em manezão.

Cleusa: manezão há quanto tempo!

MANEZÃO: é. O desde aquele assalto no correio.

Cleusa: para que é essa festa?

MANEZÃO: pro me filho, o João Carlos, o novo bandido.

Cleusa: ele? Cê não tá enganado?

MANEZÃO: não. Por acaso você não conhece a história de bandido do meu filho?

Cleusa: tá variado? Conheço é a história de malandro dele. Isso sim.

MANEZÃO: João, por acaso você conheceu ela numa noite dessas de roubo?

JOÃO CARLOS: não, velho. Foi num jogo de troco. Se soubesse que era tua amiga não teria enganado ela naquele dia. Desculpa, Cleusa.

Cleusa: cachorro me fez perder uma grana. Que mando confia em Malandro?

MANEZÃO: João, isso é coisa que se faça? Ainda mais com mulher.

João: tá bom, velho. Agora você notou que não tenho jeito para bandido.

MANEZÃO: tá me desculpe. Eu tentei.

Cleusa: não encana, mané. Quem sabe ele te dá um neto Bandido? Bom, eu vou pro bar ouvir um pagode.

João: velho, eu vou também, com licença. Mais tarde eu volto.

MANEZÃO: tchau, até mais.

Cleusa: vamo logo, João. Pode parecer tira.

(saem todos. Reaparecem João e cleusa no bar).

Algumas pessoas no jogando, o dono do bar no balcão.

 

Cleusa: ô, Ernesto. Pega uma cerveja e o baralho. E aí pessoal!Esse pagode vai ao não esquenta?

João: a dinheiro, não?

Cleusa: lógico!  Hoje vo a forra.

 

Chegam pessoas para assistir

 

João: acha que fui certo em dizer aquilo para o velho. Não?

Cleusa: aquilo?Ah… Lógico. Ele não pode te forçar a ser uma coisa que você não quer. Olha o meu caso. Não tava rendendo muito, eu virei cameloa.Agora tenho três barracas.

João: ainda bem que você concordou. Já tava com um peso na cuca

Cleusa: tá, agora joga. O pessoal já tá paciente.

 

Saem.Reaparecem manezão e lisa, e as pessoas da festa.

Manezão: lisa.Lisinha.

Lisa: (estava conversando com amigas). Que é, manezinho?

Manezão: por acaso, João voltou?

Lisa: ainda não. Não entristece não. Daqui a pouco tá aí.

MANEZÃO: mas a festa para ele, minha lisinha.

LISA: mais nem é o dia  do aniversario  dele.Afinal, pra que é a festa?

MANEZÃO: é para comemorar o bandido que é João Carlos. Foi idéia do quinzinho.

LISA: mas  manezinho, cê nunca percebeu que ele é malandro? Justo ocê que bandido faz tempo: não notar essas coisas.

MANEZÃO: vacilei. Mas na minha família nunca teve malandro. Só se for da sua.

LISA: foi, sim. Esqueceu-se que meu pai era malandro?

MANEZÃO: ah é. Aquele ali enganava qualquer um. Não saía da mesa de jogo.

(aparece tunico que estava conversando  com uns amigos)

 

Tunico: pelo que ouvi seu filho puxou ao velho Jorge. Que pessoa.Lisa, posso roubar um pouco seu marido?

Lisa: pode.Vai lá.

Chegam para um canto

 

Tunico: aquele seqüestro de amanhã tá de pé?

MANEZÃO: mais de pé cai. Amanhã no mesmo horário.

Tunico: ainda bem. O pessoal já tá tudo contratado.

MANEZÃO: e nesse  eu vou. Quem sabe me refresca a idéias?

Tunico: e tú ainda sabe?

MANEZÃO: isso é que nem fode, não se esquece.

Tunico: esse é  o manezão que conheço. O bandidão…

 

Fim da cena dois. início da cena 3

Aparece quinzinho conversando com outro cara, Jamilson.

Jamilson: a gente chega lá uma hora antes e seqüestro os bacana e depois…

Quinzinho:… Eles batem na porta.(ri)

 

Saem. Aparecem   manezão e seus comparsas na casa já seqüestrada. Tocam a companhia, aparece a casa a empregada chorando nervosa.

 

Tunico queta, deixa nos entrar, senão vai ser seqüestrada. Onde estão seus patrões?

Empregada: (pára de chorar, fica nervosa) já foram…

Tunico trabalhar? Não sobro ninguém?

Empregada: ceis chegaram tarde, eles acabaram de ser seqüestrados.

Tunico: e agora, pessoal?

MANEZÃO: querida, num tem nenhum filho dormindo?

Empregada: querida é a tua mulher. Não tem nenhum filho não.

MANEZÃO: desculpe. Tem sogra?

Empregada:  não, morreram as duas. Ainda bem.

Tunico continuando. Vó, vô?

Empregada: só se viajar para o exterior.

MANEZÃO: xi. Tia, cachorro?

Empregada: pára, pára. É melhor partir para outra profissão, viu. Senão é morrer de fome.

Tunico: não humilha, não. Tchau.

Manezão: esse é o nosso cartão. Quem sabe você queira ser seqüestrada.Tchau.

 

Saem, reaparecem no bar do Ernesto.

 

Tunico : manezão, que tal uma cerveja para acalmar?

Manezão: uma não. Algumas.

João: velho, que houve? Algum lance?

Manezão: que lance? Tú só pensa em jogo? O seqüestro furou. Só porque eu fui… Se não tivesse ido…

João:  não é isso. É que jogo faz bem à saúde. Vai ou não vai um jogo, velho?

MANEZÃO: e pára de me chamar de velho. Sou muito novo, um garanhão.

Ernesto: João, manezão me desculpem interromper. Mas tenho uma notícia triste para você. É que…

MANEZÃO: para de enrolar. Já tá me deixando nervoso. Contar logo.

ERNESTO: é que o quinzinho está do lado da falange laranja.

MANEZÃO: cachorro, pilantra… Vou matar… Vou capar… Vou…

ERNESTO: e mais: tá de caso com sua mulher e agora pouco  foi pros lados da sua casa. Para a

João: que pilantra!  Pôs chifre na cabeça do pai do bandido. Minha mãe…

Manezão: João vai lá.Cê me segura  senão matarei aquele cara.

João: não se preocupa que eu não  seguro.

Saem

Ernesto: é hoje…

Sae

Chegam em casa, os dois no chamego.

MANEZÃO: os dois, ou fogem ou morrem.Decidam.

Lisa: mas ele veio me ensinar a não ter insônia.

Quinzinho: vamo fazer o que ele diz…

MANEZÃO: tô dando uma chance…

QUINZINHO: foi bom ter trabalhado com você. (saindo)

LISA: e a separação de bens? Se esquecer?

MANEZÃO: não! Que tal separação de membros?

LISA: tá bom adeus. (saem)

 

 

Chegam tunico e Marquito

TUNICO se não mataram eles?

MANEZÃO: não. Falei para eles escolherem: ou fugi ou morre. Escolher.Fugir.

MANEZÃO: fez a coisa certa. Apesar do João.

JOÃO CARLOS: mãe será sempre mãe. Uma hora ela aparece para a gente conversar, falar porque fez isso. Eu pai arranja  outra.

TUNICO ceis tão certo. Perder tempo que podia comer uma  feijoada matando os dois.Tem cabemto.

MANEZÃO: boa idéia. Vamos comer feijoada no bar do Ernesto.

 

 

Saem. Reaparecem no bar do Ernesto

MANEZÃO: se ela fosse tão fiel como você como é boa essa  feijoada…

TUNICO você comia?

Manezão: a vida inteira.

JOÃO CARLOS: fica triste não. Já tem peixe nas tua água. Olha pra a mesa ali. Aquele docinho olhando pro sinhô.

Tunico: vai lá.

Marquito: se não arrasa… Mudo de nome.

 

Manezão vai até lá.

Manezão: gracinha, quer namorar comigo? É pegar ou largar.

Clara: convencido. Eu pego.

Manezão: então vem comer uma feijoada junto com a turma.

Vão até a mesa e

Tunico: olha. Que danadão.

Marquito: sabia que ia arassá. Meu nome ainda é Marquito.

João: ainda bem. Sabia que não ia me desapontar. Ele é demais.

Manezão: gente. Essa aqui é clara.

Tunico: tunico, a  seu dispor.

Marquito: Marquito, mestre do disfarce.

João: João Carlos, filho dele.

Clara: fiquem sabendo que sou  só dele, viu.

 

Nesse momento aparece Deolindo

DEOLINDO: pessoal, vocês querem pagar uma cerva pra mim?

Manezão: é só sentar.

Deolindo: pra tomar uma?

Manezão: pensando que era para quê?

Deolindo: mulher nova…

Manezão: conheci hoje, mais nela ninguém põem a mão.

Deolindo: tá bom. Mas há quanto, hein?

Manezão: o motivo de sempre. Ou não? Hoje

Deolindo: é. Mas desta  vez  você empresta ou emprestam e vou procurar emprego novo decente.

Clara: empresta  pro infeliz acerta a vida, a gente.

Manezão: benzinho, não adianta emprestar querer vai gastar tudo em bebida  ou jogo no outro dia.

Deolindo: mas eu sempre paguei…

Tunico: só se foi pro santo.

Marquito: não foi, não.Ontem mesmo tinha um santo procurando ele.

João: pinduca até pro santo? Cuidado!Se não eles não vão  te ajudar  mais a chegar em casa.

MANEZÃO: esqueceu-se que a gente tá sempre  aqui pra ajudar? Senta ai. E toma umas, depois a gente te leva.

Deolindo: Ernesto põem   a cerva que bebi na conta.  Vou embora.

Ernesto: vai precisar pagar a prestação. Tá muito alta.

João: só a conta?

Saem  todos

 

Fim da cena três. Início cena 4

Aparece deolindo num banco, numa fila.Conversa um pouco até ser atendido.

 

Deolindo: isto é um assalto! Fiquei quetinha. Ponha todo dinheiro num saco.

 

Por azar dele tem dois policiais  uniformizados na agencia numa das filas

Policial  Osmar: quieto. Não se mexa! Fique onde está! Qualquer passo em falso poderá custar à vida.

Acuado pega uma pessoa como refém

Deolindo: ará. Peguei vocês!

Policial Castro: calmo rapaz. Somos seus  amigos.

Policial Osmar: é deixe-o  em paz.  Diga o que quer.

Deolindo: o último  disco do cleison craque, um emprego e dinheiro.

Policial Osmar: perá aí. Seu ladrãozinho é de chinelo. Tá pensando que é o que é? Todo mundo quer isso.

Policial Castro: é. Tá pensando que somo papai Noel?

Deolindo: só para cerva.

Policial Osmar: dá o dinheiro pra ele. Esqueceu-se que a gente tem uma partida de bilhar daqui a pouco?

Policial castro: ah é. Toma infeliz. Pode soltar o refém.

Deolindo: brigado. Que tal tomar uma cerva? Afinal cê passou  um sufoco.

Refém: cê  é bacana aceito.

Saem. Reaparecem rosa e Gerson

 

 

Rosa: gerso. Ô  gerso.

Gerson: fala, benzinho.

Rosa: o homem cê  compro aquele bicarbonato?

Gerson: bicarbonato?

Rosa: é. Aquele que tava num pote.

Gerson: vai me dizer que cê tomou?

Rosa: tomei. Mais devia tá estragado porque eu fiquei com vertige,  vendo coisas.

Gerson: vai me dizé  que você não sabia que não era bicarbonato.

Rosa: tú  tá vendendo aquilo?

Gerson: é. Num tinha outro jeito.

Rosa: se não tem jeito, cuidado.

Gerson: ainda bem que você entendeu.

Rosa: vou procurar alguma coisa também.

Gerson: vou avisar a para pessoal que se aparecer outra coisa me avisarem.

Rosa: tá. Mas enquanto isso que tal fazer a coisa?

Gerson: o que?  É só pedir.

Rosa: dá para trazer um pouco desse bicarbonato? Sabe… Às vezes me dá um mal-estar.

Gerson: até daqui a pouco. (sai)

 

Reaparecem todos.Menos cleusa e João.

 

Tunico: gente, a coisa tá feia.

Marquito: o mercado tá cheio de ladrão. É muita competição, muita luta. Quando vai assalta um  indivíduo já tem dez querendo  assaltar também. Num dá.

Manelico: e o que dá para robá não dá para se sustenta.

Tunico: a gente precisa ter uma  porcentagem maior.

Marquito: concordo, mas para isso  precisamos de um sindicato.

Manelico: mas, home, o que é: “O sindicato do golpe?”.

Tunico: como o cidadão  disse: “é do golpe”. A gente precisa de um pra nois.

Marquito: para ter direito a aposentadoria, plano de saúde.

Manelico: precisamos falar com o manezão.

Marquito: falamo nele  ele apareceu. É igual gênio  da lâmpada.

Manezão: e ai gente. Tudo na paz?

Marquito: o tudo. Mas queremos te dizer que acabamos de fazer o sindicato do dos assaltantes.

Tunico: pra  exigi nossos direitos.

Manelico: afinal não tem ninguém que ligue pra nossa classe.

Manezão: bom. Acho que já falaram tudo que queriam. Agora é minha vez.

Manelico: xi.

Manezão: o que faz sindicato do golpe se não apoiar todas categorias de bandido. Eu disse apoiar. Esse negócio de exigi direito não existe pra nois bandido. Somos vira-lata. E mais que te direito? Vai trabalhar em outra coisa. Ninguém mandou querer ser bandido. Pronto. Podem falar.

Marquito: mas a gente tá ganhando muito pouco. Que tal aumentar a porcentagem?

Manezão:  pouco por incompetência. Podia se virar, batalhar. E a porcentagem que tava zero virgula um porcento  vou aumentar.Pra zero virgula zero vinte cinco por cento.Tá bom?

Marquito: não aumentou muito mais a dá pra algo.

Manelico: é, melhorou. Melhorou tanto que me deu vontade de assaltá alguém. (sai)

Tunico: acho que não adiantou. Mais quem só eu pra discuti? Quando ele fala tá falado. Vou ver se acho João para ver se ganho algo dele no jogo. (sai)

 

Aparece Gerson

Gerson: manezão, brigado por daquele emprego. Se não fosse esse emprego eu ia morar mais rosa na rua. Mas rosa tá achando que é meio perigoso. Eu também. Será que não tem outra coisa, Manezão?  Tem?

Manezão: não é perigoso, não. Cê  tá achando  isso porque  tá no começo. Depois, se vai ficar conhecendo todos, e eles vão te ajudar. E cê vai ganhar dinheiro  feito água; vai dar até para comprar essa casa que cê tá morando e depois reformar. Não se preocupe.

Gerson: tá certa. Eu continuo.  Agora tô com vontade de tomar uma cerva. Tá quente demais.

Tunico: perai, cê não é irmão do gralha? O Gerson, se não me engano. (estava saindo, volta a ouvir o chamado).

Gerson: isso mesmo. Conheci ele donde?

Tunico: dum assalto, seqüestro. Bom assaltante. Pode-se contar com ele para tudo.

Gerson: é, ele…

Marquito: cê é primo   do prego  também.  É a tua cara.

Gerson: sô; dizem que parecemo gêmeo. Tem visto ele? Aquele desaparecido.

Marquito: vi. Mês passado robamo uma casa. Que casão.

Gerson: quando vê de novo fala para ele passa lá em   casa. Pra conversá.

Marquito: tá bom.

Tunico: e o gralha  onde esta Gerson? Tô precisando dele para um assalto, ele é de confiança.

Gerson: hoje mesmo eu vi, tava jogando  na casa dele com  João Carlos.

Tunico: bom, tchau pessoal.Tchau, Gerson.Foi  um prazer te encontrar.

Gerson:  bom. A  prosa e a cerveja tão boa, mas rosa tá    me esperando pro jantar.

Manezão: tá, tchau, Gerson. E vê se  trabalho direito.

Marquito: olha quem vem lá.O joanclerson, o perigoso estuprador.Se protejam.Ele não poupa ninguém.

Ernesto: é. Mulher nenhum escapa.  Home só  se  ele tiver a perigo.

Manezão: isso é mito. Ainda mais agora que tá com a carlona, a Piranha.

Ernesto: vai morrer daquilo.

Joanclerson: tudo bom, gente? Tavam falando mal de mim?

Manezão: não. A gente tava  falando de  eu namoro a carlona.

Ernesto: a gente tava até achando que ia dar em casamento.

Joanclerson: pensei que estavam com inveja. Que casar… Se ela ouve isso…

Marquito: resolve casar, né.

Joanclerson: mato vocês todos

Marquito: mudó, hein? Mas não querendo  me intrometer. Cê sabe que ela  é uma  piranha, galinha.

Joanclerson: é por este gosta dela. Fácil assim.

Manezão: se precisar de ajuda é só chamá.

Joanclerson: eu preciso de ajuda? Eu agüento  qualquer coisa.Teve uma que catei um dia e ela queria mais, foi pelo menos trinta  vezes seguidas.

Ernesto: mais aí foi azar. Mas no teu caso. Mas se você ficar sem forças aqui no bar tem uns fortificantes da pesada.

Joanclerson: Tá bom. Vamo  pára que ela tá vindo aí e ela não gostam dessas conversa.

Todos: tudo bem, carlona.

Carlona: tudo bem rapazes. E você?

Todos: bem.

Carlona: tudo bem,  Ernesto. To te  devendo uma visita.

Ernesto: cê sempre  diz isso e nunca passa em casa.

Carlona: qualquer dia  eu passo. Sou muito ocupada. E Marquito tudo bem? Fiquei te devendo aquelas carnes. Desculpe-me.

Marquito: tudo.Mas  desta vez não desculpo. Fiquei esperando as carnes para um cozido de panela e nada.  Vê se me  traz, logo.

Manezão: eu sei que você vai responder desculpas pra ele, e perguntar se está tudo bem comigo.  está. Desculpe-me a grosseria  com sua namorada, mas gostaria de falar um negócio com ela. Posso?

Joanclerson: não precisava falar  tanta coisa pra pedir isso. Eu deixo.

(vão pra um canto)

Joanclerson: olha lá. Já vai dar pro manezão. É ou não é, um amor?

Manezão: (no canto) é verdade que  tú tá gostando dele?

Carlona: tô. Mais se você me quisé, é só  chamá.

Manezão: não é nada disso. E que estou namorando uma pessoa seriamente.

Carlona: ah, bom. Pensei por um minuto que você não gostasse mais do produto. Fala logo o que é. Tô com pressa. Preciso fazer a janta.

Manezão: é que um estuprador é  sempre um estuprador.

Carlona: eu sei… Mas…É por isso que eu gosto dele.Sabe… Ele me faz gemer  sentido dor.Ai, ai.

Manezão: mais se você pedisse…

Carlona: mas… É que com ele não precisa  pedi. Cê me…

Joanclerson: amor, vamo. Tá na hora de janta.

Manezão: não vô me intromete. Cês o par perfeito. Vai lá, Carlona.

Carlona: cê tá certo. Bom. Eu vô que se por acaso fazer a janta tarde ele fica nervoso. Tchau, gente.

Todos: tchau,carlona.tchau,joanclerson.

 

(os dois vão saindo, vem chegando um sujeito  de atitudes  estranhas (todos desconfiados, não comprimenta ninguém)  que chama  manezão prum canto).

Sujeito: manezão, manezão.

Marquito: quem é manezão?

Manezão: nem imagino.Deve ser algum comprador de droga.Vô lá.

Marquito: fala diretamente com o chefe? Tá estranho não, Ernesto?

Ernesto: também acho.

Manezão: (já no canto) que prazer! Há quanto…

Sujeito: é. Tenho.

Manezão: e a família? O patrão?

Sujeito: tão bom. É justamente  por causa dele que tou aqui.

Manezão; ficou doente? Acidentou-se?

Sujeito: não.Nada disso.É um pedido.Não.Favor.

Manezão: o que tá me deixando  curioso.

Sujeito: é que  ele que uma festa daquelas antes das  eleições, com tudo que tem direito, com bastante gente, com…

Manezão: já sei. Com direito a  talco e fogos?

Sujeito: é. Só que fogos para todos.

Manezão: lógico.Se não  tem  animação.

Sujeito: vai  ter brincadeira de prisão?

Manezão: que memória.No outro dia solta, é isso?

Sujeito: nem   tanto.No mesmo dia.Então combinado.

Manezão: combinado.Ceis não mijando pra trás.Tá bom.

Sujeito: que?Que  isso?Nunca…

Manezão: num mente.

Sujeito: bom.Não esquece.Até mais.

Manezão; tchau.(volta pra mesa)

Marquito: quem era?

Ernesto;que tipo.

Manezão: era da parte  do governador.Queria uma festa.

Marquito: num brinca.Já tava com saudade  daquelas  festas.Pra quando?

Manezão: pra daqui a um mês e meio.Vais ser próxima da campanha política.

Ernesto: o danado  quê se reelege.Ainda bem que as custa dele o bar  vai ficar cheio.Vou pode até vende fiado  depois.

Manezão: cê  vai faze a festa.Mas.Isso tá me cheirando a encrenca, a armação.

Marquito: mas cê sempre  num conseguiu  se virar? Num se preocupa.

Manezão: isso  é. Marquito faz um favor.Quando cê saia avisa todo o pessoal.Tá bom.

Marquito: tá.Não vai falta um.

 

Saem.Fim da cena  cinco

 

Já passou  o mês e meio, a festa começou.Bandidos atirando, fugindo  pra platéia, correndo  com armas e saco de pó branco, policiais atirando, tentando entrar  no bar  (no palco).Depois de alguns minutos pegam  alguns  coma armas   e sacos de pó.

 

Passaram alguns dias depois desse evento.O governador faz um comício falando que acabou  com um  dos principais  focos  de violência do Estado.Que  falta pouco pra acabar  com a violência.Pede pra votarem nele porque em mais um mandato ele acaba  com a violência, e os outros anos  ele resolve  o resto.  (a platéia  será   o publico do comício. Deve-se pedir para ficar de pé).

 

Passam-se alguns dias, governadores  já eleitos.Pessoas na rua elogiam-o. Volta para o bar.Aparecem dois policiais.

 

Tunico: olha   lá.Tira, manezão.

Manezão: vieram cobra a proteção que tão dando pra nois.(ri)

Ernesto: que nada vieram beber uma s.

Marquito: acho que tão atrás de mim.Deixa eu fugi.(sae)

Policial castro: precisa não.Não é você que vamos prender.

Policial Osmar: põem uma cerveja ai.Manezão se despede, se arruma que vamo levar você.

Manezão: cês tão brincando.Vamo conversar direito. No acordo não tinha nada em me prender.

Castro: como a bobinho. Ainda acredita em acordo.

Osmar: esse cara já foi meu ídolo. Vai se  apronta ou não?

Manezão: não. Vô assim  mesmo. Tchau, gente. Não se esqueçam de avisar  clarinha.

Todos: tchau, manezão.

Manezão: quem tá preso lá, rapaz? Quero ficar na cela com conhecidos.

Castro: xi, rapaz. Tem gente demais. Nem me lembro.

Osmar: não se preocupe. Sua cela terá menos gente possível.

(saem todos. Reaparecem na prisão).

Clides:  olha lá, cambada. Quem apareceu.Manezão.

Jelson: manezão veio visitar os pobres, né?

Cleison: trouxe algo?

Manezão: vim passar umas férias.

Cleison: que pena!

Clides: mas que cê fez?   Transo com mulher de algum político?

Manezão: não é. Fez um acordo meio safado com o governador.

Jelson: tá ficando bobo é?  Ainda acredita em acordo?

Manezão.Tô. Mas logo vou sair. O pessoal ainda é aquele?

Clides: São. Pode ficar sossegado.

Cleison: tú vai dar o bolo ou vai se mudar para um presídio de segurança máxima. ?Afinal, aqui não é lugar para bandido do teu calibre.

Manezão: como é não quero ficar muito tempo de férias vou dar o bolo.

Clides: que pena! E lisa como vai?

Manezão: que lisa! Para mim ela morreu. Tô com outra.

Cleison: vai me dizer que cê não mato a  infeliz?

Manezão: não. Deixei ela ir com seu amante, o quinzinho. Ricardão e traidor.

Cleison:  não acredito.

Jelson: pelo menos espancou os dois?

Manezão: não.

Jelson: que aconteceu? Ficô doente?

Clides: cê conheceu a outra antes de saber disso?

Manezão: não. Depois. Mas…Mata os dois ia me deixa mal.

Cleison: ah é. Cê nunca matô ninguém. Sempre mandou mata.

Clides: e que é a outra? Deve ser  um mulherão.

Manezão; é clara. Amanhã ela aparece. Cês vão ver que gracinha.

Clides: eu já namorei uma. Será é que ela?

Cleison: perá. Vai me dize que tú tá namorando minha irmã.

Manezão: que eu saiba que ela não ter irmão.

Cleison; mas se fô, cê é gente fina.

Jelson; acha que tá mais pra vizinha,  ela mora mais perto dele que você.

Cleison: cê se  esqueceu que também moro perto dele?

Manezão: gente, amanhã a gente resolve esse mistério. Vamo dormir. Deve ter um cochão para mim sobrando, não?

Clides: pega o meu e  dorme sossegado.

Manezão: não precisa. Eu me viro. Para o

Clides: pega e dorme.

Jelson: vai logo, que eu quero dormir.

Cleison: deita, senão vai levá porrada.

Manezão: até amanhã, cambada.

 

Dormem.Saem logo em seguida.Reaparecem alguns no bar, chega clara em seguida.

 

Clara: pessoal, meu marido onde está? Não tá por aí com nenhuma, não?

Tunico; cê não sabendo  ainda? Não te disseram?

Marquito: xi, a clara.Era ela que faltava.

Clara; o que aconteceu com ele? Não foi…

Marquito: não. Isso não. Foi preso.

Clara: cês  são foda. Que porra de amigo cês é? Deixa prá…Cês tem bastante dinheiro em caixa?

Tunico: tem. E o pessoal vai contribui também.

Clara; tá. Amanhã eu quero  o dinheiro na minha mão.Onde  já se viu eu fica longe dele um dia?

Marquito: concordo.Desculpe-me.

Clara: desta passa.

Tunico: deixa eu arrecadá o dinheiro.Até…

Clara: boa noite.

No outro dia aparece tunico e ela.

 

Tunico: tá aqui.Lá  dentro você fala que é pro manezão.Ai, eles não  vão quere  nem olha.

Clara: já que é assim.Eu vô lá.Tchau.

Tunico: cuida-se.

 

Sae.Reaparece  na cadeia

 

Carcereiro: manezão, tua mulher.

Manezão: esse ai é a clara.Conhecem?

Cleison: não é minha irmã, não.

Clides: oi se lembra  de mim?

Clara: nunca te vi  na vida.Tudo bom, querido?

Manezão: tudo.Sentiu muitas saudades?

Clara: que pergunta.Lógico.

Jelson: posso interromper.Por acaso você não mora  na rua um?

Clara: sim.Cê já morou lá, não? Tú não é o jelson?

Jelson: só.Há quanto… Agora tá com ele e a vida?

Clides: será que o bolo  dá pra tira nois quatro?

Clara: tá bem. Acho que dá, viu.Tome, amor.Até mais tarde.

Manezão: vai dá. Depende deles.Tchau, bem.Até…

Carcereiro: o que tua mulher trouxe?

Manezão: calma.Seus mercenários, só  que tem que tirar os outros.

Carcereiro: isso dá. E alias, a gente  tinha que limpa essa cela mesmo.

Vai vim remessa manhã.   É até um favor.

Manezão; tá bom.Pode ir, pessoal.

Carcereiro: volte sempre.A casa é sua.E fala  pro tunico que qualquer hora eu passo na casa dele.

Manezão: tá tchau.

 

Saem.Reaparecem  no bar.

 

Clara: já amor?

Manezão: foi rápido assim?

Clara: foi.Ainda bem.Não agüentava mais.

Tunico:  e o governador?

Manezão: esse me paga.Qualquer hora seqüestro o filho dele.Agora beber  uma cerveja e continuar a vida.

Marquito: clara, pode pedi quanta cerveja quisé.

Manezão; que é isso? Tá maluco?

Marquito: não.É que avisei todo mundo, menos ela.Se não fosse aparece aqui, esquecia de contar.Viva, clara.

 

 

 

 
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Publicado por em fevereiro 22, 2014 em peripaque

 

peripaque

Peripaque

Uma sátira ao uso indiscriminado de remédios ,as paranoias com colesterol, outras doenças, e etcs. Ai!! Quero um comprimido pra dor de cabeça.

REGISTRADO NA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL

Mary: Ah, como é gostoso! Que delicia.!

Marta: Estou de pleno acordo.

Mary: Uma das melhores coisas do mundo.

Marta: Senão do universo.

Mary: Que tipo você tomou ? O de dez ou cinco miligramas ?

Marta: Nem sei. Tomei o primeiro que veio pela frente.

Mary: De que cor era a caixinha?

Marta: Sei lá. O que tomei foi esse. Importa isso agora?

Mary: Não. Adiantando…Senão não vale a pena tomar nenhum.

Olha só o que fiz hoje: sai, peguei o maior transito, fui naquele supermercado que todo dia tá lotado. Fiquei nervosa na fila, e agora estou pronta ,pensei: “posso tomar o remédio.”

Marta: Que efeito deu o seu ?O meu, deixou minha bexiga solta.

Mary : Então depois vou procurar esse .O meu, só tá me dando um soninho …(começa a fechar os olhos)

Marta: Não dorme não ,eu to aqui. Você viu o colar da Carlota ?

Mary: Nãoo .

Marta: Ela diz que é medicinal.

Mary: Já vi. Ontem mesmo um camelô tava vendendo.

Marta: Mas ela tá muito metida pra ser de camelô.

Mary: E ela sempre foi metida . Se esqueceu ? Se lembra daquela…

Chegam os maridos

Roberto: Amor, você não tava em casa, logo pensei que estava aqui. Ah, tenho uma boa notícia pra te dar .Consegui…fiquei mais cansado que ontem .Amanhã será melhor.

Rafael: Amoreco, também tenho uma boa noticia para te dar .Até… o fim do mês vou parar no hospital.

Marta: Esse cara é demais. Estou tentando há dias e não consigo.

Mary: Persistência, hein ? Foi, foi .Até que tá aí. Fim do mês estará no hospital. Mas quando você perceber que está doente liga. Ai, eu ligo pro hospital ir te buscar. Ouviu ?

Rafael: Sim. Mas é exagero. Não vai precisar tanto.

Mary : Vai , sim .Afinal tem que ir para o hospital com conforto. Na ambulância tem tudo que você vai precisar.

Rafael: Tá bom. Eu ligo. Não se preocupe, meu amor.

Marta: Olha lá. Olha lá. Como você não é persistente. No fim do mês ele já vai parar no hospital. Inútil ! Incompetente.!

Roberto: Mas …minha pílula anticoncepcional. Tem gente menos afetada pelo cansaço que outras. Tem gente mais sensível a doenças que outras.

Rafael: Concordo. Olhe bem, Marta. Esse era o nosso caso. Eu pegava tudo quanto era doença, ele , se pegou duas foi muito.

Roberto: Só que as duas que peguei foram as piores febre amarela e tifo.

Rafael: Olha lá, Marta. Ele tem jeito pra pegar as piores .Eu as fáceis.

Marta: Vocês me convenceram. Mas desculpem mas temos que ir. Amanhã ,quero ver esse cara doente de cama, tchau.

Roberto: Essa ai ,consegue…

Mary: Se você conseguir me dê a receita. Tá .

Marta: Tá bom.

SAEM ,APARECEM ROBERTO E MARTA NA CASA DELES

Roberto: Meu remédinho pra dor de cabeça , me faz aquela massagem relaxante por que amanhã tenho que ficar preparado.

Marta: Eu faço. Mas vê se consegue algo melhor que hoje.(vai fazendo ).Depois tome um banho frio e não enxugue o cabelo. Se não ficar ruim ,não sei o que fazer.

Roberto: Ai, ai. Você é demais, meu remédio pra tosse feito de mel e eucalipto.

Marta: Amor, sabe o que me veio na memória ?

Roberto: O que ? Amor meu.

Marta: O nosso primeiro encontro. Se lembra ? Eu te vi…

Roberto: Amor, como você está romântica. Diria que está mais romântica que um purgante. Continue.

Marta: Então, eu tinha ido comprar um antinflamatório e lá estava você .Fazendo o que mesmo ?

Roberto: Fui comprar um remédio para dor de ouvido. Um antibiótico…

Marta: Lembrei. Então você perguntou para que era o meu antinflamatório. E eu respondi que era tiro e queda. Comprei, me despedi e fui embora.

Roberto: E no outro dia, fui lá pra ver se te encontrava, e encontrei.

Marta: Eu também fui por causa disso .Que antinflamatório.

Roberto: Foi amor a primeira bula.

Mary : Pensei que iam ficar a noite inteira. Vamos fazer aquela inalação que prometi pra você ontem?

Rafael: Sim .Aproveitar que não tem ninguém pra encher .Estou péssimo. Mas antes me diga. O que aconteceu com a Marta ? Está tão pálida.

Mary: Tem nada. É que quando acorda e se vê corada, passa panqueque branco. Loucuras de

Marta. Deixa ela. Vamos fazer a inalação (pega uma caneca na mão e um papel em forma de cone)

Roberto: Essa tem o que ?

Mary: Tem gengibre, hortelã, manjericão, romã e boldo.

Rafael inala

Rafael: Hum, só por essa inalada já percebi que é boa. Sinto que posso respirar toda a floresta amazônica. Amor, minha compressinha de gaze, você encheu todas as garrafas e cubas e pôs no congelador ?Por que depois quero tomar dois copos d’água .

Mary: Claro, pensou que ia esquecer ? Lembrando em esquecer .Não esquece de comprar aquela barra de gelo tipo A e dois pacotes de cigarro. Senão você não vai poder ficar sem respirar, meu cravinho.

Rafael: Não esqueço, minha espinhazinha. Oh, você se preocupa tanto comigo. Me deixa até

com enfarte. Ahh .(como se tivesse um no momento)

Mary: Como você é brincalhão. Só um enfarte poderia me alegrar.

Rafael: Só que é só bricandeira. Ainda não estou preparado pra tanto.

Mary: Eu sei. Acho que já tá na hora de jantar .Não ?

Rafael: É .Tá ,sim .Não esquece de pegar a água. O que temos pra jantar.?

Mary: Hoje teremos arroz e salada. Ok? Vamos pra cozinha ainda preciso cortar a alface.

Saem ,reaparecem na copa

Mary: Perá, que vou pegar a alface.(sae )

(volta) Bonitas ,não ?

Rafael: Lindas.

Mar: (CORTANDO) Não acredito. Que horrível!

Rafael: O que é ?Estragadas?

Mary: Não. Não é possível. Uma bactéria enorme.

Rafael: É impossível mesmo.

Mary: Não fica aí admirando. Pega uma vassoura ou chinelo, antes dela fugir.

(RAFAEL TENTA PEGAR)

Mary: Ali. Perto do seu pé.

Rafael: Agora ela não me escapa.

Mary: Ela fugiu. Ali.

Rafael: Peguei. Bactéria safada, quase nos contaminou.

Mary: E era um vibrião da cólera.

Rafael: Corrigindo. Uma vibrioana.

Mary: Como você sabe?

Rafael: Olha lá a barriga dela cheia de vibriãozinho.

Mary: Ainda bem que a gente matou na hora h. Já pensou quanta gente ia ficar contaminada?

SAEM ,REAPARECEM ROBERTO,E MARTA

Marta: Há tempo você não toma banho, amor ?Minha mão ficaram fedendo.

Roberto: Mas eu tomei banho hoje mesmo. Não é possível. Tou fedendo a que?

Marta: Sei lá. Só sei que tá fedendo.

Roberto: Já tá me deixando preocupado. Fala do que é. Fala…

Marta: De furúnculo. Pelo menos quando meu irmão teve, tinha esse cheiro.

Roberto: Se você diz. Vou logo tomar um banho desinfetante.

Marta: Com desinfetante não .Toma com sabão sulfuroso.

ROBERTO SAE

Marta: Que furúnculo, nada. Era falta de banho mesmo

(começa a conversar com a pláteia )

Marta: Esse aí, se toma banho quando chove. É um sacrificio, nem de Sábado.

CHEGA ROBERTO ,ENROLADO NUMA TOALHA

Roberto: Ah, me sinto bem melhor.

Marta: (para a platéia) Também pudera.Faz mal.(agora com ele) Agora tá cheirosinho.Vamo dormir,amor.

Roberto:Vamo, que tal hoje? Que tal ? Que tal?

Marta:Hoje,não .Tô com as costas doendo, com a cabeça doendo e ainda por cima tô grávida.

Roberto:Grávida ?De quem ? Se esqueceu daquilo.

Marta:Se esqueceu que só com você me sinto aquelas coisas?E se esqueceu também que aquilo voltou a funcionar depois daquele chá ?

Roberto:Que memória.Como ficou sabendo?Foi no médico?

Marta:Não.Coisas de mulher.Você sabe.

Roberto:Mas mesmo aaim é melhor ir no médico.

Marta:Amahã eu ligo.

NO OUTRO DIA

Marta: Alo, é do ginecologista ?

Secretária: Sim.

Marta: Eu gostaria de marcar uma consulta.

Secretária: Lamento dizer. Mas para essa semana não há mais horário. Só pra semana que vem. Quer marcar?

Marta: Não, não é tão urgente assim. Obrigado. (desliga) Vou na farmácia. Lá tem aquele teste infalível.

SAE ,REAPARECE NA FARMÁCIA.

Marta: Oi, seu Juarez. O senhor tem aí aquele teste infalível para gravidez ?

Juarez: Tenho. O gravidex é ótimo. Não falha.

Marta: O senhor tem certeza que é bom ?

Juarez: Tenho. Minha sobrinha descobriu através dele .

Marta: Então eu compro.

SAE ,REAPARECE EM CASA .LOGO DEPOIS APARECE MARY.

Mary: Tava esperando você chegar. É verdade que você tá grávida ?Me conta.

Marta: Não sei ainda, vou fazer o teste.

Mary: Tomara que sim. Vai ficar linda.

Marta: Roberto, ficou doidinho. Não pede nada, senão um menino.

Mary: O que todos querem. Mas se der positivo venha correndo me avisar. Quero ser a madrinha.

Marta: Tá eu venho. Eu vou lá. (sae)

Mary: Essa aí. Faz tudo pra agradar o marido. Até falar que já tá grávida.

Reaparece Marta

Mary: Já ?

Marta: Já é hiper rápido. E já deu o resultado: positivo.

Mary: Não brinca. Vou ser madrinha. Eh. Tomara que seja lindinha a criança. Bom, vou embora. Rafael, já deve tar chegando.

Marta: Tchau. Roberto, também vai chegar. O teste falhou, deu negativo. Mas vou falar pra todos que deu positivo.

CHEGA ROBERTO

Roberto: Tá falando com quem ,amor ?

Marta: Ninguém. Só pensando.

Roberto: Foi ao médico ?

arta: Não. Não tinha consulta pra essa semana. Fui na farmácia e comprei o gravidex, e deu positivo.

Roberto: Ah, já ouvi falar dele é infalível. Me tirou a preocupação.

Marta: Lembrando em preocupação. Não podemos esquecer da festa da Mary. Nem sei o quer comprar.

Roberto: Que tal a gente comprar algo naquela drogaria que abriu.

Marta: Vamo lá agora ?

Roberto: Vamo, preciso comprar um negócio.

SAEM ,REAPARECEM

MARTA: Vai comprar remédio praquele joelho que faz barulho?

Roberto: É. Para os dois .Um faz barulho, o outro paralisa.(anda)

Marta: Eu também tenho que comprar algo para desinflamar meu ouvido. Um tá tapado, o outro toca música clássica. (toca o ouvido)

Roberto: E você já escolheu o que comprar ?

Marta: Já .Uma pomada importada.

Roberto: Então vamos.

Marta: É essa aqui.(paga ao caixa)

SAEM, REAPARECEM EM CASA

Marta: É só embrulhar.

Roberto: Vai embrulhar, mesmo ?

Marta: Vou afinal vai ficar feio sem embrulhar.

Saem ,reaparecem MARY E RAFAEL

Mary: Querido, pega o coco ralado, leite de coco e o doce de leite.

Rafael: Como você me ama…Vai fazer um bolo que vai me matar de azia.

Mary: Só você ? Marta, grávida vai ter enjôo. Roberto, nem digo. Eu já tô com azia só de olhar.

Rafael: Falta muito ?

Mary: Não. Já tá acabando.

Rafael: Fez todos os chás ?

Mary: Já, acabei de por no congelador.

SAEM REAPARECEM NO OUTRO DIA

Roberto: Martinha, cadê aquela calça ?

Marta: No quarto , passada.(vai se arrumando) (ele sai, reaparece com ela)

Roberto: Tava doidinho pra usar , afinal ela vai dar a minha hérnia tão sonhada.

Marta: Já tava na hora. Eu também tou emocionada vou Ter minha dor de barriga do dia , meu calo do mês, meu pé inchado…

Roberto: Pronta ?

Marta: Pronta. Vamo lá.

SAEM,REAPARECEM NA CASA DE MARY

Marta: Parabéns, pra você … felicidades, amiga.

Mary: Você … não esquece mesmo. Brigado.

Roberto: Quantos puxões de orelha ?

Mary: Quinze.

Rafael: Dezesseis, amor.Eu tenho dezessete. Entrem, entrem.

Roberto: Cadê aquela cerveja ?Aquela que me deixa arrotando a noite inteira.

Rafael: Tá na geladeira. É só pegar, a casa é sua. Vamo lá preciso tirar o chá do congelador. Não .Os chás.

SAEM FICAM AS MULHERES

Mary: E como tá o bebê nesse aperto ?

Marta: Bem.

Mary: Cê tá louca vai matar o bebê se continuar usando essas roupas apertadas. Ou ele ou você.

Marta: Não exagere. Nos dois primeiros meses pode.

Mary: Vai abusando… vai. Ah, o que você comprou ?

Marta: Abre. Só abrindo.

Mary: Essa pomada ,era exatamente o que eu queria. Serve pra tudo .Vamo comer bolo ?Não aguento mais de vontade.

Marta: Ainda é cedo .Mas como você quer .Vamo.

Mary: Rafael, Roberto.Venham,venham comer o bolo.

CHEGAM ARROTANDO

Rafael: Já?

Mary: É. Não deu tempo de tomar uma cerveja.

TODOS: Parabéns, a você…

Roberto ARROTA ,TODOS LEVANTAM AS TAÇAS

Roberto: Saúde.

Mary: Saúde. Brigadão.

Rafael: Felicidades.

Mary: Que exagero.

 

Na vez de Marta, ela desmaia.

Mary: Eu que faço aniversário, e ela que desmaia. Acorda!

Roberto: Deixa eu ver os batimento cardíacos.(põem a mão no pulso dela) Tá batendo.

Rafael: Pode ser pressão baixa.

Roberto: Não. Ela tem pressão alta.

Mary: Diabetes ?

Roberto: Não fez exames semana passada, e deu que não era. Que pena.

Mary: Não sei o que pode ser. Quem sabe um pano frio possa melhorar .

Roberto:…

Rafael: Pode ser .

Mary : (FOI PEGAR O PANO,VOLTA) Nada. Nem um gesto.

Rafael: Roberto, vamo por ela na cama. Quem sabe melhore.

Mary: Eu aproveito e ponho uma roupa mais confortável nela.

Roberto: Segura ela direito, tá grávida.

Rafael: Papai, Roberto. Sortudo.

SAEM,REAPARECE MARY , E MARTA (JÁ TROCADA)

Mary: O que você andou fazendo ?Não podia esperar amanhã. Tinha que ser hoje ? Acho que vai ter que ir para o hospital.

SAEM

Roberto: Cê tem alguma coisa mais confortável ?Preciso pensar.

Mary: Acho melhor não pensar. É melhor levá-la no hospital.

Rafael: Tomara que não perca a criança.

Roberto: Tomara que não seja nada. Vamo lá pegá-la de novo.

Saem, reaparecem no hospital

Roberto: Tem algum clínico geral aí ?

Enfermeira: Tem .A moça dá todos sobre ela enquanto vocês levam ela pra sala.

SAEM,REAPARECEM OS TRÊS NA SALA DO MÉDICO

Médico: Deixe a paciente, aqui e vão pra sala de espera, por favor.

Saem reaparecem na sala de espera.

Roberto: Eu devia ter ficado lá. E se for para a UTI ?

Rafael: Não vai não.

Mary: A enfermeira disse que pode ser falta de alimentação. É a mania dela ficar doente. Passou da conta.

Roberto: Nossa mania.

Rafael: É. Nossa. Isso ele tá certo. Precisamos parar com isso.

Mary: Já está nos prejudicando.

Roberto: Olha lá. Ela (corre ao encontro)

O que foi doutor?

Médico: Nada. Ela só não se alimentou hoje. Deve ser algum regime. Mas hoje comendo, estará pronta para outro dia .

Roberto: E o bebê ?

Médico: O senho deve é tar enganado. Ela não tem bebê algum.

Roberto: Nenhum ?

Médico: Infelizmente. Mas sua mulher está bem .

Roberto: Isso mesmo .O bebê pra depois .Né, minha maluquinha ?

Marta: É…

Roberto: Obrigado, doutor.

Médico: Qualquer coisa informe.

SAEM REAPARECEM NA CASA DE MARTA

Roberto: Amor ,enquanto vocês estavam lá em consulta, nós decidimos parar com a hipocondria.

Marta: Nós pararmos ?

Mary: Nós pararmos ? Sim. Por acaso é contra ?

Rafael: Quer ficar doente de novo ?

Marta: Eu apoio. Vamos jogar todas as coisas que nos faça mal.

Mary: Amanhã ,vida nova.

SAEM,APARECEM CADA UM NAS SUAS CASAS.

Mary: Suco de cenoura geladinho. Pão de centeio fresquinho .

Rafael: Agora não. Antes vou correr com Roberto.

ary: Enquanto isso vou fazer uma ginastica.

Saem, reaparece Rafael na casa de Marta .

Marta: Depois que você voltar tem suco de melão com farelo de trigo e pão de glúten.

Roberto: Até a volta.

Marta: Se eu não tiver quando você voltar, é que fui fazer ginástica com a Mary.

Roberto: Tá .Eu já vou. Tamos Atrasados.

Rafael: Mais que atrasados!

DOR DE CABEÇA-

2. -ESQUETE

APARECE CLÁUDIO RECLAMANDO DE DOR DE CABEÇA

Cláudio: Ai, minha dor de cabeça. Diminuam a luz. Diminuam o som. Ai, que dor .Nem sei se aguentarei chegar ao trabalho. Ai.

DA PLATÉIA APARECE UM HOMEM COM UMA MALETA.9 A LUZ E O SOM AUMENTAM)

Tobias: Eu tenho a solução para seus males…

Cláudio: Fale mais baixo. Diminuam a luz, e desliguem essa música. Por favor …(baixando o tom)

Tobias: Me desculpe .Nesta maleta tenho todo o tipo de chá. Até pra dor de cabeça, o de: barba santa. É excelente.

Cláudio: Me dá uma azia danada.

Tobias: A azia é curada com chá de coluna de bode.

Cláudio: Xi, esse me dá enjôo.

Tobias: Não se preocupe, eu tenho um chá que é bom para isso. O chá de …

DA PLATÉIA APARECE UMA MULHER.

Nádia: Pará . Pará. Não tá vendo que qualquer chá faz mal pro cara ?Me desculpe, cavalheiros.(vai saindo)

Tobias: Por acaso a moça tem outra solução?

Nádia: Solução, não. Mas receitas caseiras .Mais eficazes.

Cláudio: Tem é ?

Nádia: Tenho. É o seguinte…

Cláudio: Fala rapidinho.

Nádia: Primeiro, você corta casca de batata e …

Cláudio: Pode parar .Me dá alergia

Nádia: O que me salva nessas horas é uma boa compressa gelada. Não falha.

Cláudio: Me faz espirrar. Não.

Tobias: Ainda tem algo na manga ?

Nádia: Tenho .Massagem .Uma oriental. É daqui.

Cláudio: Não .Do jeito que tá doendo. Vai é piorar.

Tobias: Mais alguma coisa ?O meu chá é infalível.

Nádia: Não. Deixa ele prá lá .Que vá comprar comprimido na farmácia. Tchau.

Tobias: Perá ai. Eu também desisto. Acho que ,tenho aqui um calmante excelente pra você.(saem)

Cláudio: Alguém aí tem um comprimido pra dor de cabeça ?

O LANCHE

3-ESQUETE-

DUAS MULHERES E UM GARÇOM ,UMA COMENDO SANDUÍCHE E OUTRA BEBENDO ÁGUA

Carla:Não sei como você aguenta…comer esse sanduíche respingando óleo.

Patricia:Cada um gosta de comer de um jeito.

Carla:Mas menina,você quer ficar cheia de colesterol ?Se eu comesse um desses…meu colesterol ia lá pra cima.Até ficar gorda.

Patricia:Não ligo pra essas coisas.(toma o refrigerante)

Carla:Ainda vai tomar um refrigerante ?Vai te deixar cheia de celulite.Você usa maio?

Patricia:Vou.Use .E todos gostam.

Carla:Sei não.Não acredito.

Patricia:Um café ,por favor.

Carla:Voc6e sabe…você sabe por acaso o mal que faz o café?Dá taquicardia,insônia e muito mais coisa.

Patricia:Não tô nem aí.

Carla:Você é maluca.Assim não vai Ter ninguém que queira namorar você.

APARECE UM RAPAZ

Pedro:Patricia,há quanto tempo.Você tem telefone? Pra marcar qualquer dia um encontro.Pra conversar,por a conversa em dia.

Patricia:Tenho é…

Pedro:Qualquer dia telefono .(sae)

Patricia:Tchau,querida.Preciso voltar para o trabalho.(sae)

Carla: ( para o garçom) Tem louco pra tudo.

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ALGUMA COISA, POR FAVOR

4-ESQUETE

DUAS PESSOAS NUM CONSULTÓRIO MÉDICO

Batista:Seu dotor,por favor.Me diga ,se tenho alguma doença.

Adriano:O senhor se esqueceu que acabei de examinar o senhor ? E constatei que não tem nada.

Batista:O senhor deve estar enganado.Não preciso fazer nenhum exame ?

Adriano:Não.Se precisasse eu pedia ,seu Batista.

Batista:O senhor só pode tar brincando.Só uma.

Adriano:Nenhuma.O senhor está bem.

Batista:Nem uma micose ?

Adriano:Não.Sua pele está excelente.

Batista:Nem uma unha encravada?.

Adriano:Não .Nunca vi unhas mais perfeitas na minha vida.

Batista:E a minha calvície como anda ?

Adriano:Que calvície ? Seu cabelo está perfeito.Seu batista, acho melhor o senhor descansar ,ir lanchar e deitar um pouco.

Batista: Por que?

Adriano:Por que o senhor está cansado.Assim como eu fiquei, depois de um dia de trabalho.

Batista:Finalmente.Sabia que tinha alguma coisa.Qual o remédio que devo tomar.

REGISTRADO NA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL

 
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Publicado por em fevereiro 19, 2011 em peripaque

 

conheça um pouco do meu trabalho

http://clubedeautores.com.br/book/13824–PERIPAQUE_E_MARGINALIA_DESNUDA

 
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Publicado por em outubro 14, 2010 em Geral

 

ola amigos.vou testar usar essa forma de comunicação para divulgar o site dica de teatro http://www.dicadeteatro.com.br

 
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Publicado por em abril 29, 2010 em Geral

 

QUE TAL PAGAR QUANTO PUDER?

Tudo que é despesa hoje em dia assusta.

Mas deixa perguntar se a divulgação no dica de teatro ficou boa ,trouxe público porque não investir em propaganda paga?

Por isso lanço a campanha  :” Pague quanto puder.” O valor você escolhe  que não te aperte.Esse dinheiro vai ajudar  a manter o site ( luz,fone,internet,etc) e quem sabe  investir em melhorias?Começar a ter lucro.

AH,visite a loja do site compre,venda seus livros indique.Ajude este site que ajuda tanto na divulgação de teatro,cultura.

http://dicadeteatro.com.br/lojavirtual/

 
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Publicado por em abril 22, 2010 em Geral

 

Hello world!

Welcome to WordPress.com. This is your first post. Edit or delete it and start blogging!

 
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Publicado por em fevereiro 4, 2008 em Geral

 

O SITE E O BLOG SÃO SEUS

Ola

Criei o blog do site DICA DE TEATRO http://www.dicadeteatro.com.br para estreitar o relacionamento com você interessado por teatro.No blog você pode criticar o site,peças,etc ou outros relacionados a cultura ,dar sugestões de melhoria do site, comunicar com outras pessoas de teatro.Mas para divulgar eventos, pedir informações,etc ainda é pelos emails do site.O papel do blog é tipo … uma pessoa solicita uma informação outra viu responde,etc.O blog é algo que pode ajudar muito o site, pessoas,etc

Usem o blog

 
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Publicado por em outubro 18, 2007 em Geral

 

O site e o blog são seus

Ola

O SITE DICA DE TEATRO http://www.dicadeteatro.COM.BR está com um blog para estreitar o relacionamento com você interessado por teatro.No blog você pode criticar o site,peças,etc relacionados a cultura dar sugestões de melhoria do site comunicar com outras pessoas de teatro.Mas para divulgar eventos, pedir informações,etc ainda é pelo email do site.O papel do blog é tipo … uma pessoa solicita uma informação outra viu responde,etc.O blog é algo que pode ajudar muito o site, pessoas,etc

Usem o blog

 
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Publicado por em outubro 17, 2007 em Geral

 

DRAMATURGO PROCURA GRUPOS DE TEATRO

Ola
Sou dramaturgo desde 1989,tenho o site dica de teatro-www.dicadeteatro.com.br.Mas não tenho texto representado ainda .Criei esse blog para divulgar meu trabalho.E divulgar concursos teatrais também pois acho uma boa forma de um autor começar na carreira.

Amigos autores que souberem de concursos mandem um email.

Grupos,atores,etc estou aberto para propostas

Segue um texto abaixo podem usar,mas comuniquem se usar.

Meu email :paulojosepires@terra.com.br


A cena em um samba, pagode ou qualquer outro tipo de música que acontece num bar; homens e mulheres dançando e cantando ao som de da música.

Quinzinho: mas Manezão, tua mulher…

(lisa mulher de Manezão não pára de olhar para quinzinho).

O manezão se levanta, bate na mesa. A música Pará.

Manezão: o que tem minha mulher?

Quinzinho: pó, manezão. Eu ia elogia, dizendo que ela é uma dama.

Alguns riem baixo, Manezão bate novamente na mesa.

Manezão: tão rindo de quê? Cambada de hiena. Por acaso, ela é ou não é uma dama?

Todos respondem afirmativamente

O samba volta, agora mais baixo, manezão e quinzinho conversam.

Quinzinho: manezão, nessa semana tudo correu bem. Ninguém foi preso, nem ferido, nem assassinado.

Manezão: ainda bem que todos estão bem. Mas cadê o dinheiro?

Quinzinho: num tem nenhum.

Manezão: pô. Mas vocês não assaltaram vários bancos, seqüestraram, e venderam quilos de drogas? Por acaso tão afanando o dinheiro?

Quinzinho: sim. Não. Mas acontece que muitos deram cheque, cartão ou pediram para fazer fiado.

Manezão: caracoles, mas eu já não avisei pra não fazer esse tipo de negócio?

Quinzinho: mas não aceita não faz negocio.

Manezão: preciso dar um jeito nisso. Assim não dá.

Tunico: já que a situação não melhora. Que tal recrutar jovens?

Manezão: jovens?(ri)

Quinzinho: só pode tá brincando.(ri)

Tunico: não, não to.

Manezão: mas eles não têm experiência.

Quinzinho: e, além disso, é tudo desordeiro, não faz a coisa como a gente quê.

Tunico: pode até ser. Mas muitos deles querem seguir carreira.

Quinzinho: manezão, nesse ponto ele tá certo. Muitos gostam dessa profissão, fazendo tudo para participar.

Manezão: então pode começar a campanha.

Tunico: já tenho até na cabeça como vai ser os cartazes. Assim: “você que já fez dezoito anos e já foi fichado na delegacia, aliste-se ao sindicato do golpe”.

Quinzinho: mas tem que por em todo canto.

Tunico: pode deixa comigo.

Saem. Horas depois, aparecem dois rapazes que estão passando pela rua, lêem em voz alta e correm parecem se alistar. São os primeiros da fila. O balcão de alistamento nem abriu.

Mitinho: o tinhão três oitão é demais. Lembra-se dele naquela batida com a polícia?

Betinho: lembro. Foi arrebentá. Mas você não acha que o zezão do pó quando ele escondeu a coca no tamborim foi brilhante?

Chega mais um

Zelinho: foi. Mas ceis hão de concordar. O manezão…

Mitinho: concordo.

Betinho: sem discussão.

O balcão abre. Tunico e quinzinho alistando.

Tunico: é fichado?

Zelinho: tenho, sinhô.

Tunico: o que cê fez?

Zelinho: já vendi cocaína, assaltei uma porção de gente, matem mais de dez.

Tunico: pode ir pro outro balcão. Próximo.É fichado?

Betinho: não. Mas eu matei uma família inteira, estuprei a mulher do dono da casa e não roubei a tv.

Tunico: e não tem foto na delegacia? Nem ficha?

Betinho: não, nunca me pegaram.

Tunico: pode ir pro outro balcão. Você tem futuro. Próximo. É fichado?

Mitinho: sim, por que matei quatro policiais, assaltei a casa da deputado.

Tunico: menino, você nasceu para isso.

Mitinho: todos já me disseram isso. Mas você, tunico, é o que esperava para trabalhar mesmo com isso.

Tunico: não fala isso não que me envergonho.

Mitinho: falo sim, te acompanha desde que você foi levado para o presídio… (nome conforme a região)

Tunico: Pará. Daqui a pouco vou me esconder.

Mitinho: tunico dá para você autografar esse papel aqui?

Tunico: sim. Eu faço tudo para você largar o meu pé. Toma, vai pro outro balcão.

Mitinho: quinzinho, você naquele assalto.

Todos saem, passa pra casa de manezão.

Lisa: jão Carlos, vai lá se alistar. Não deixa seu pai desapontado, num magoa seu pai.

João: mas eu não quero!

Manezão: mas é uma boa carreira.

Lisa: é mesmo. Olhe seu pai: começou como moleque de recado e olhe onde está agora… No topo.

João Carlos: mais mesmo que quisesse, não sou fichado na delegacia.

Manezão: mais se é isso eu arranjo, o delegado é meu chapa. Vamos lá.

João Carlos: mas eu não quero isso.

Manezão: então tá bom, mas depois não vem me pedir pra te alistar.

João Carlos: tá bom. Tchau, até mais.

Chegam quinzinho e tunico

Manezão: senta aí, gente. Lisa traz umas cerveja.

Quinzinho: manezão, cê precisa ver como recrutamento deu certo. Até o fim do mês todos os jovens estão alistados.

Tunico: é verdade. Tem jovem que nem tinha ficha na delegacia em inventou algo para ser fichado.

Manezão: eu pensei que não é ia vir ninguém. Mas será que são bons ladrões?

Tunico: São. E tem um potencial…

Manezão (levanta da mesa e põem a mão no ombro dos dois) então ano que vem a gente faz isso de novo, não?

Quinzinho: era isso que eu ia te propor, justamente.

Chega tuniquinho, filho de tunico.

Tuniquinho: pai vai brincar na praia.Tá bom?

Tunico: que pergunta. Vai brincar de que? Futebol?

Tuniquinho: não, arrastão.

Tunico: arrastão?

Tuniquinho: é uma brincadeira nova, uma gostosura. Qualquer hora o senhor vai lá e vai vê lá como é. Tchau, pai.

Tunico: tchau. Meu filho.

Manezão: esses jovens… Só meu que é o meu desgosto. Já tá me deixando de cabelo branco.

Quinzinho: e já tão até dizendo que…

Manezão: que o quê?

Quinzinho: não é nada disso que você tá pensando.

Manezão: ainda bem, só me faltava essa.

Quinzinho: tão dizendo que tem ele tem jeito de malandro.

Tunico: não diz besteira.

Quinzinho: mas é verdade. Fiquei sabendo do Gilson que ficou sabendo através de Geraldo que ficou sabendo do Zé que ficou sabendo…

Manezão: chega, chega já é muito disgosto pra mim.

Tunico: quinzinho, você…

Quinzinho: se eu não dissesse ia fica sabendo de qualquer jeito.

Tunico: olha só com o estado do pobre.

Quinzinho: perá ai. Acha que já sei o que fazer.

Tunico: o que? Diz logo.

Quinzinho: fazer uma festa para comemorar o bandido que é João Carlos.

Manezão: (ri) quinzinho, só você mesmo pra me alegrar.

Quinzinho: mas não é piada, não.

Tunico: então tu tá variando.

Manezão: só pode, para dizer que meu filho é bandido.

Quinzinho: ainda num é, mais depois dessa festa vai toma gosto.

Manezão: tomara.

Tunico: quem sabe, né?

Manezão: poder avisa todo mundo, lisa.

Lisa: avisa o que, manezinho?

Manezão: sobre a festa pro pessoal. Pede pra dona ceição fazer as coisas.

Lisa: tá bom, manezinho.Pode deixar com sua lisinha.

Quinzinho: mane, já vou embora.

Manezão: já? Tão cedo?

Quinzinho: é pensar me deu sono. Tchau, gente.

Tunico: quinzinho, tá ficando estranho.

Manezão: não, ele sempre foi assim.

Tunico: cuidado que ele é um pouco terceiro. Acha que ele quer que a tua mulher, e ela ele.

MANEZÃO: não é não. E mulher uma santa. Fiel demais.

Tunico: não é não. Eu lembro dela no bar do Ernesto…

MANEZÃO: foi lá que a conheci.

Tunico: e tudo dia ele estava com um. Não sei como ela tá com você a um ano.

MANEZÃO: é que você sabe… Com um homem como eu, uma mulher não precisa procurar amante ou trair.

Tunico: mas mesmo assim é melhor ficar de olho.

MANEZÃO: que nada!

Tunico: tá. Já vou, minha cama está chamando.

Tunico sai, manezão fica pensando, depois sai.Passa no bar do Ernesto.

Ernesto: manezão, tá na fossa, rapaz?

MANEZÃO: não. Só quero que você me faça um favor.

Ernesto: pode pedir, to aqui pra isso.

MANEZÃO: dá para você observa quinzinho, ver o que tá fazendo, com quem anda.

Ernesto: pode dexá que eu faço. Qualquer coisa aviso.

Sae, fim da cena um.

Cena dois

Começa a festa para João Carlos

Tunico: João Carlos, eu quero parabeniza-lo.

João Carlos: é?

Tunico: meu presente é esse três oitão o que foi meu primeiro oitão. Pra dá sorte.

JOÃO CARLOS: brigadão.

Marquito: manezão, filho de peixe…

MANEZÃO: é feito o pai.

Marquito: Perá ai, mane. Que eu vou dar um presente pro seu filhão.

MANEZÃO: tá. Tô por aqui.

Marquito: João Carlos, eu tenho presente que foi meu primeiro disfarce.

João: mais isso é uma coisa que você não pode dar para ninguém.

Marquito: para você eu dou. Você é filho do melhor parceiro que já tive. Uma vez ele me ajudou fugir da polícia. Nunca me esquecerei.(emocionado)

João: assim vou ficar constrangido. Tá eu aceito.

Manezão vem conversar com eles

MANEZÃO: e ai,filhao, que achou do Marquito?

João: é o sujeito genial.

MANEZÃO: ele te contou um dos causo dele?

JOÃO CARLOS: ainda não. Conta.

MANEZÃO: como aquele que você só assaltou um banco vestido de padre e saiu na maior .

Marquito: olha lá. O único que lembrava era esse. deixa-me lembrar.

João Carlos: mais como você conseguiu a roupa de padre?

Marquito: foi fácil. Antes de entrar para essa vida , eu estudei em seminário e cheguei a ser padre um ano. Até que…

João Carlos: o que aconteceu ?

Marquito: até que uns bandidos assaltaram minha igreja e resolvi segui-los.

JOÃO CARLOS: emocionante. Conta outro.

Marquito : outro eu não lembro. Mas eu posso dizer o nome de uns amigos na prisão pra quando você precisar.

João: depois o senhor escreve os nomes num papel.

Cleusa chega, dá um abraço forte em manezão.

Cleusa: manezão há quanto tempo!

MANEZÃO: é. O desde aquele assalto no correio.

Cleusa: para que é essa festa?

MANEZÃO: pro me filho, o João Carlos, o novo bandido.

Cleusa: ele? Cê não tá enganado?

MANEZÃO: não. Por acaso você não conhece a história de bandido do meu filho?

Cleusa: tá variado? Conheço é a história de malandro dele. Isso sim.

MANEZÃO: João, por acaso você conheceu ela numa noite dessas de roubo?

JOÃO CARLOS: não, velho. Foi num jogo de troco. Se soubesse que era tua amiga não teria enganado ela naquele dia. Desculpa, Cleusa.

Cleusa: cachorro me fez perder uma grana. Que mando confia em Malandro?

MANEZÃO: João, isso é coisa que se faça? Ainda mais com mulher.

João: tá bom, velho. Agora você notou que não tenho jeito para bandido.

MANEZÃO: tá me desculpe. Eu tentei.

Cleusa: não encana, mané. Quem sabe ele te dá um neto Bandido? Bom, eu vou pro bar ouvir um pagode.

João: velho, eu vou também, com licença. Mais tarde eu volto.

MANEZÃO: tchau, até mais.

Cleusa: vamo logo, João. Pode parecer tira.

(saem todos. Reaparecem João e cleusa no bar).

Algumas pessoas no jogando, o dono do bar no balcão.

Cleusa: ô, Ernesto. Pega uma cerveja e o baralho. E aí pessoal!Esse pagode vai ao não esquenta?

João: a dinheiro, não?

Cleusa: lógico! Hoje vo a forra.

Chegam pessoas para assistir

João: acha que fui certo em dizer aquilo para o velho. Não?

Cleusa: aquilo?Ah… Lógico. Ele não pode te forçar a ser uma coisa que você não quer. Olha o meu caso. Não tava rendendo muito, eu virei cameloa.Agora tenho três barracas.

João: ainda bem que você concordou. Já tava com um peso na cuca

Cleusa: tá, agora joga. O pessoal já tá paciente.

Saem.Reaparecem manezão e lisa, e as pessoas da festa.

Manezão: lisa.Lisinha.

Lisa: (estava conversando com amigas). Que é, manezinho?

Manezão: por acaso, João voltou?

Lisa: ainda não. Não entristece não. Daqui a pouco tá aí.

MANEZÃO: mas a festa para ele, minha lisinha.

LISA: mais nem é o dia do aniversario dele.Afinal, pra que é a festa?

MANEZÃO: é para comemorar o bandido que é João Carlos. Foi idéia do quinzinho.

LISA: mas manezinho, cê nunca percebeu que ele é malandro? Justo ocê que bandido faz tempo: não notar essas coisas.

MANEZÃO: vacilei. Mas na minha família nunca teve malandro. Só se for da sua.

LISA: foi, sim. Esqueceu-se que meu pai era malandro?

MANEZÃO: ah é. Aquele ali enganava qualquer um. Não saía da mesa de jogo.

(aparece tunico que estava conversando com uns amigos)

Tunico: pelo que ouvi seu filho puxou ao velho Jorge. Que pessoa.Lisa, posso roubar um pouco seu marido?

Lisa: pode.Vai lá.

Chegam para um canto

Tunico: aquele seqüestro de amanhã tá de pé?

MANEZÃO: mais de pé cai. Amanhã no mesmo horário.

Tunico: ainda bem. O pessoal já tá tudo contratado.

MANEZÃO: e nesse eu vou. Quem sabe me refresca a idéias?

Tunico: e tú ainda sabe?

MANEZÃO: isso é que nem fode, não se esquece.

Tunico: esse é o manezão que conheço. O bandidão…

Fim da cena dois. início da cena 3

Aparece quinzinho conversando com outro cara, Jamilson.

Jamilson: a gente chega lá uma hora antes e seqüestro os bacana e depois…

Quinzinho:… Eles batem na porta.(ri)

Saem. Aparecem manezão e seus comparsas na casa já seqüestrada. Tocam a companhia, aparece a casa a empregada chorando nervosa.

Tunico queta, deixa nos entrar, senão vai ser seqüestrada. Onde estão seus patrões?

Empregada: (pára de chorar, fica nervosa) já foram…

Tunico trabalhar? Não sobro ninguém?

Empregada: ceis chegaram tarde, eles acabaram de ser seqüestrados.

Tunico: e agora, pessoal?

MANEZÃO: querida, num tem nenhum filho dormindo?

Empregada: querida é a tua mulher. Não tem nenhum filho não.

MANEZÃO: desculpe. Tem sogra?

Empregada: não, morreram as duas. Ainda bem.

Tunico continuando. Vó, vô?

Empregada: só se viajar para o exterior.

MANEZÃO: xi. Tia, cachorro?

Empregada: pára, pára. É melhor partir para outra profissão, viu. Senão é morrer de fome.

Tunico: não humilha, não. Tchau.

Manezão: esse é o nosso cartão. Quem sabe você queira ser seqüestrada.Tchau.

Saem, reaparecem no bar do Ernesto.

Tunico : manezão, que tal uma cerveja para acalmar?

Manezão: uma não. Algumas.

João: velho, que houve? Algum lance?

Manezão: que lance? Tú só pensa em jogo? O seqüestro furou. Só porque eu fui… Se não tivesse ido…

João: não é isso. É que jogo faz bem à saúde. Vai ou não vai um jogo, velho?

MANEZÃO: e pára de me chamar de velho. Sou muito novo, um garanhão.

Ernesto: João, manezão me desculpem interromper. Mas tenho uma notícia triste para você. É que…

MANEZÃO: para de enrolar. Já tá me deixando nervoso. Contar logo.

ERNESTO: é que o quinzinho está do lado da falange laranja.

MANEZÃO: cachorro, pilantra… Vou matar… Vou capar… Vou…

ERNESTO: e mais: tá de caso com sua mulher e agora pouco foi pros lados da sua casa. Para a

João: que pilantra! Pôs chifre na cabeça do pai do bandido. Minha mãe…

Manezão: João vai lá.Cê me segura senão matarei aquele cara.

João: não se preocupa que eu não seguro.

Saem

Ernesto: é hoje…

Sae

Chegam em casa, os dois no chamego.

MANEZÃO: os dois, ou fogem ou morrem.Decidam.

Lisa: mas ele veio me ensinar a não ter insônia.

Quinzinho: vamo fazer o que ele diz…

MANEZÃO: tô dando uma chance…

QUINZINHO: foi bom ter trabalhado com você. (saindo)

LISA: e a separação de bens? Se esquecer?

MANEZÃO: não! Que tal separação de membros?

LISA: tá bom adeus. (saem)

Chegam tunico e Marquito

TUNICO se não mataram eles?

MANEZÃO: não. Falei para eles escolherem: ou fugi ou morre. Escolher.Fugir.

MANEZÃO: fez a coisa certa. Apesar do João.

JOÃO CARLOS: mãe será sempre mãe. Uma hora ela aparece para a gente conversar, falar porque fez isso. Eu pai arranja outra.

TUNICO ceis tão certo. Perder tempo que podia comer uma feijoada matando os dois.Tem cabemto.

MANEZÃO: boa idéia. Vamos comer feijoada no bar do Ernesto.

Saem. Reaparecem no bar do Ernesto

MANEZÃO: se ela fosse tão fiel como você como é boa essa feijoada…

TUNICO você comia?

Manezão: a vida inteira.

JOÃO CARLOS: fica triste não. Já tem peixe nas tua água. Olha pra a mesa ali. Aquele docinho olhando pro sinhô.

Tunico: vai lá.

Marquito: se não arrasa… Mudo de nome.

Manezão vai até lá.

Manezão: gracinha, quer namorar comigo? É pegar ou largar.

Clara: convencido. Eu pego.

Manezão: então vem comer uma feijoada junto com a turma.

Vão até a mesa e

Tunico: olha. Que danadão.

Marquito: sabia que ia arassá. Meu nome ainda é Marquito.

João: ainda bem. Sabia que não ia me desapontar. Ele é demais.

Manezão: gente. Essa aqui é clara.

Tunico: tunico, a seu dispor.

Marquito: Marquito, mestre do disfarce.

João: João Carlos, filho dele.

Clara: fiquem sabendo que sou só dele, viu.

Nesse momento aparece Deolindo

DEOLINDO: pessoal, vocês querem pagar uma cerva pra mim?

Manezão: é só sentar.

Deolindo: pra tomar uma?

Manezão: pensando que era para quê?

Deolindo: mulher nova…

Manezão: conheci hoje, mais nela ninguém põem a mão.

Deolindo: tá bom. Mas há quanto, hein?

Manezão: o motivo de sempre. Ou não? Hoje

Deolindo: é. Mas desta vez você empresta ou emprestam e vou procurar emprego novo decente.

Clara: empresta pro infeliz acerta a vida, a gente.

Manezão: benzinho, não adianta emprestar querer vai gastar tudo em bebida ou jogo no outro dia.

Deolindo: mas eu sempre paguei…

Tunico: só se foi pro santo.

Marquito: não foi, não.Ontem mesmo tinha um santo procurando ele.

João: pinduca até pro santo? Cuidado!Se não eles não vão te ajudar mais a chegar em casa.

MANEZÃO: esqueceu-se que a gente tá sempre aqui pra ajudar? Senta ai. E toma umas, depois a gente te leva.

Deolindo: Ernesto põem a cerva que bebi na conta. Vou embora.

Ernesto: vai precisar pagar a prestação. Tá muito alta.

João: só a conta?

Saem todos

Fim da cena três. Início cena 4

Aparece deolindo num banco, numa fila.Conversa um pouco até ser atendido.

Deolindo: isto é um assalto! Fiquei quetinha. Ponha todo dinheiro num saco.

Por azar dele tem dois policiais uniformizados na agencia numa das filas

Policial Osmar: quieto. Não se mexa! Fique onde está! Qualquer passo em falso poderá custar à vida.

Acuado pega uma pessoa como refém

Deolindo: ará. Peguei vocês!

Policial Castro: calmo rapaz. Somos seus amigos.

Policial Osmar: é deixe-o em paz. Diga o que quer.

Deolindo: o último disco do cleison craque, um emprego e dinheiro.

Policial Osmar: perá aí. Seu ladrãozinho é de chinelo. Tá pensando que é o que é? Todo mundo quer isso.

Policial Castro: é. Tá pensando que somo papai Noel?

Deolindo: só para cerva.

Policial Osmar: dá o dinheiro pra ele. Esqueceu-se que a gente tem uma partida de bilhar daqui a pouco?

Policial castro: ah é. Toma infeliz. Pode soltar o refém.

Deolindo: brigado. Que tal tomar uma cerva? Afinal cê passou um sufoco.

Refém: cê é bacana aceito.

Saem. Reaparecem rosa e Gerson

Rosa: gerso. Ô gerso.

Gerson: fala, benzinho.

Rosa: o homem cê compro aquele bicarbonato?

Gerson: bicarbonato?

Rosa: é. Aquele que tava num pote.

Gerson: vai me dizer que cê tomou?

Rosa: tomei. Mais devia tá estragado porque eu fiquei com vertige, vendo coisas.

Gerson: vai me dizé que você não sabia que não era bicarbonato.

Rosa: tú tá vendendo aquilo?

Gerson: é. Num tinha outro jeito.

Rosa: se não tem jeito, cuidado.

Gerson: ainda bem que você entendeu.

Rosa: vou procurar alguma coisa também.

Gerson: vou avisar a para pessoal que se aparecer outra coisa me avisarem.

Rosa: tá. Mas enquanto isso que tal fazer a coisa?

Gerson: o que? É só pedir.

Rosa: dá para trazer um pouco desse bicarbonato? Sabe… Às vezes me dá um mal-estar.

Gerson: até daqui a pouco. (sai)

Reaparecem todos.Menos cleusa e João.

Tunico: gente, a coisa tá feia.

Marquito: o mercado tá cheio de ladrão. É muita competição, muita luta. Quando vai assalta um indivíduo já tem dez querendo assaltar também. Num dá.

Manelico: e o que dá para robá não dá para se sustenta.

Tunico: a gente precisa ter uma porcentagem maior.

Marquito: concordo, mas para isso precisamos de um sindicato.

Manelico: mas, home, o que é: “O sindicato do golpe?”.

Tunico: como o cidadão disse: “é do golpe”. A gente precisa de um pra nois.

Marquito: para ter direito a aposentadoria, plano de saúde.

Manelico: precisamos falar com o manezão.

Marquito: falamo nele ele apareceu. É igual gênio da lâmpada.

Manezão: e ai gente. Tudo na paz?

Marquito: o tudo. Mas queremos te dizer que acabamos de fazer o sindicato do dos assaltantes.

Tunico: pra exigi nossos direitos.

Manelico: afinal não tem ninguém que ligue pra nossa classe.

Manezão: bom. Acho que já falaram tudo que queriam. Agora é minha vez.

Manelico: xi.

Manezão: o que faz sindicato do golpe se não apoiar todas categorias de bandido. Eu disse apoiar. Esse negócio de exigi direito não existe pra nois bandido. Somos vira-lata. E mais que te direito? Vai trabalhar em outra coisa. Ninguém mandou querer ser bandido. Pronto. Podem falar.

Marquito: mas a gente tá ganhando muito pouco. Que tal aumentar a porcentagem?

Manezão: pouco por incompetência. Podia se virar, batalhar. E a porcentagem que tava zero virgula um porcento vou aumentar.Pra zero virgula zero vinte cinco por cento.Tá bom?

Marquito: não aumentou muito mais a dá pra algo.

Manelico: é, melhorou. Melhorou tanto que me deu vontade de assaltá alguém. (sai)

Tunico: acho que não adiantou. Mais quem só eu pra discuti? Quando ele fala tá falado. Vou ver se acho João para ver se ganho algo dele no jogo. (sai)

Aparece Gerson

Gerson: manezão, brigado por daquele emprego. Se não fosse esse emprego eu ia morar mais rosa na rua. Mas rosa tá achando que é meio perigoso. Eu também. Será que não tem outra coisa, Manezão? Tem?

Manezão: não é perigoso, não. Cê tá achando isso porque tá no começo. Depois, se vai ficar conhecendo todos, e eles vão te ajudar. E cê vai ganhar dinheiro feito água; vai dar até para comprar essa casa que cê tá morando e depois reformar. Não se preocupe.

Gerson: tá certa. Eu continuo. Agora tô com vontade de tomar uma cerva. Tá quente demais.

Tunico: perai, cê não é irmão do gralha? O Gerson, se não me engano. (estava saindo, volta a ouvir o chamado).

Gerson: isso mesmo. Conheci ele donde?

Tunico: dum assalto, seqüestro. Bom assaltante. Pode-se contar com ele para tudo.

Gerson: é, ele…

Marquito: cê é primo do prego também. É a tua cara.

Gerson: sô; dizem que parecemo gêmeo. Tem visto ele? Aquele desaparecido.

Marquito: vi. Mês passado robamo uma casa. Que casão.

Gerson: quando vê de novo fala para ele passa lá em casa. Pra conversá.

Marquito: tá bom.

Tunico: e o gralha onde esta Gerson? Tô precisando dele para um assalto, ele é de confiança.

Gerson: hoje mesmo eu vi, tava jogando na casa dele com João Carlos.

Tunico: bom, tchau pessoal.Tchau, Gerson.Foi um prazer te encontrar.

Gerson: bom. A prosa e a cerveja tão boa, mas rosa tá me esperando pro jantar.

Manezão: tá, tchau, Gerson. E vê se trabalho direito.

Marquito: olha quem vem lá.O joanclerson, o perigoso estuprador.Se protejam.Ele não poupa ninguém.

Ernesto: é. Mulher nenhum escapa. Home só se ele tiver a perigo.

Manezão: isso é mito. Ainda mais agora que tá com a carlona, a Piranha.

Ernesto: vai morrer daquilo.

Joanclerson: tudo bom, gente? Tavam falando mal de mim?

Manezão: não. A gente tava falando de eu namoro a carlona.

Ernesto: a gente tava até achando que ia dar em casamento.

Joanclerson: pensei que estavam com inveja. Que casar… Se ela ouve isso…

Marquito: resolve casar, né.

Joanclerson: mato vocês todos

Marquito: mudó, hein? Mas não querendo me intrometer. Cê sabe que ela é uma piranha, galinha.

Joanclerson: é por este gosta dela. Fácil assim.

Manezão: se precisar de ajuda é só chamá.

Joanclerson: eu preciso de ajuda? Eu agüento qualquer coisa.Teve uma que catei um dia e ela queria mais, foi pelo menos trinta vezes seguidas.

Ernesto: mais aí foi azar. Mas no teu caso. Mas se você ficar sem forças aqui no bar tem uns fortificantes da pesada.

Joanclerson: Tá bom. Vamo pára que ela tá vindo aí e ela não gostam dessas conversa.

Todos: tudo bem, carlona.

Carlona: tudo bem rapazes. E você?

Todos: bem.

Carlona: tudo bem, Ernesto. To te devendo uma visita.

Ernesto: cê sempre diz isso e nunca passa em casa.

Carlona: qualquer dia eu passo. Sou muito ocupada. E Marquito tudo bem? Fiquei te devendo aquelas carnes. Desculpe-me.

Marquito: tudo.Mas desta vez não desculpo. Fiquei esperando as carnes para um cozido de panela e nada. Vê se me traz, logo.

Manezão: eu sei que você vai responder desculpas pra ele, e perguntar se está tudo bem comigo. está. Desculpe-me a grosseria com sua namorada, mas gostaria de falar um negócio com ela. Posso?

Joanclerson: não precisava falar tanta coisa pra pedir isso. Eu deixo.

(vão pra um canto)

Joanclerson: olha lá. Já vai dar pro manezão. É ou não é, um amor?

Manezão: (no canto) é verdade que tú tá gostando dele?

Carlona: tô. Mais se você me quisé, é só chamá.

Manezão: não é nada disso. E que estou namorando uma pessoa seriamente.

Carlona: ah, bom. Pensei por um minuto que você não gostasse mais do produto. Fala logo o que é. Tô com pressa. Preciso fazer a janta.

Manezão: é que um estuprador é sempre um estuprador.

Carlona: eu sei… Mas…É por isso que eu gosto dele.Sabe… Ele me faz gemer sentido dor.Ai, ai.

Manezão: mais se você pedisse…

Carlona: mas… É que com ele não precisa pedi. Cê me…

Joanclerson: amor, vamo. Tá na hora de janta.

Manezão: não vô me intromete. Cês o par perfeito. Vai lá, Carlona.

Carlona: cê tá certo. Bom. Eu vô que se por acaso fazer a janta tarde ele fica nervoso. Tchau, gente.

Todos: tchau,carlona.tchau,joanclerson.

(os dois vão saindo, vem chegando um sujeito de atitudes estranhas (todos desconfiados, não comprimenta ninguém) que chama manezão prum canto).

Sujeito: manezão, manezão.

Marquito: quem é manezão?

Manezão: nem imagino.Deve ser algum comprador de droga.Vô lá.

Marquito: fala diretamente com o chefe? Tá estranho não, Ernesto?

Ernesto: também acho.

Manezão: (já no canto) que prazer! Há quanto…

Sujeito: é. Tenho.

Manezão: e a família? O patrão?

Sujeito: tão bom. É justamente por causa dele que tou aqui.

Manezão; ficou doente? Acidentou-se?

Sujeito: não.Nada disso.É um pedido.Não.Favor.

Manezão: o que tá me deixando curioso.

Sujeito: é que ele que uma festa daquelas antes das eleições, com tudo que tem direito, com bastante gente, com…

Manezão: já sei. Com direito a talco e fogos?

Sujeito: é. Só que fogos para todos.

Manezão: lógico.Se não tem animação.

Sujeito: vai ter brincadeira de prisão?

Manezão: que memória.No outro dia solta, é isso?

Sujeito: nem tanto.No mesmo dia.Então combinado.

Manezão: combinado.Ceis não mijando pra trás.Tá bom.

Sujeito: que?Que isso?Nunca…

Manezão: num mente.

Sujeito: bom.Não esquece.Até mais.

Manezão; tchau.(volta pra mesa)

Marquito: quem era?

Ernesto;que tipo.

Manezão: era da parte do governador.Queria uma festa.

Marquito: num brinca.Já tava com saudade daquelas festas.Pra quando?

Manezão: pra daqui a um mês e meio.Vais ser próxima da campanha política.

Ernesto: o danado quê se reelege.Ainda bem que as custa dele o bar vai ficar cheio.Vou pode até vende fiado depois.

Manezão: cê vai faze a festa.Mas.Isso tá me cheirando a encrenca, a armação.

Marquito: mas cê sempre num conseguiu se virar? Num se preocupa.

Manezão: isso é. Marquito faz um favor.Quando cê saia avisa todo o pessoal.Tá bom.

Marquito: tá.Não vai falta um.

Saem.Fim da cena cinco

Já passou o mês e meio, a festa começou.Bandidos atirando, fugindo pra platéia, correndo com armas e saco de pó branco, policiais atirando, tentando entrar no bar (no palco).Depois de alguns minutos pegam alguns coma armas e sacos de pó.

Passaram alguns dias depois desse evento.O governador faz um comício falando que acabou com um dos principais focos de violência do Estado.Que falta pouco pra acabar com a violência.Pede pra votarem nele porque em mais um mandato ele acaba com a violência, e os outros anos ele resolve o resto. (a platéia será o publico do comício. Deve-se pedir para ficar de pé).

Passam-se alguns dias, governadores já eleitos.Pessoas na rua elogiam-o. Volta para o bar.Aparecem dois policiais.

Tunico: olha lá.Tira, manezão.

Manezão: vieram cobra a proteção que tão dando pra nois.(ri)

Ernesto: que nada vieram beber uma s.

Marquito: acho que tão atrás de mim.Deixa eu fugi.(sae)

Policial castro: precisa não.Não é você que vamos prender.

Policial Osmar: põem uma cerveja ai.Manezão se despede, se arruma que vamo levar você.

Manezão: cês tão brincando.Vamo conversar direito. No acordo não tinha nada em me prender.

Castro: como a bobinho. Ainda acredita em acordo.

Osmar: esse cara já foi meu ídolo. Vai se apronta ou não?

Manezão: não. Vô assim mesmo. Tchau, gente. Não se esqueçam de avisar clarinha.

Todos: tchau, manezão.

Manezão: quem tá preso lá, rapaz? Quero ficar na cela com conhecidos.

Castro: xi, rapaz. Tem gente demais. Nem me lembro.

Osmar: não se preocupe. Sua cela terá menos gente possível.

(saem todos. Reaparecem na prisão).

Clides: olha lá, cambada. Quem apareceu.Manezão.

Jelson: manezão veio visitar os pobres, né?

Cleison: trouxe algo?

Manezão: vim passar umas férias.

Cleison: que pena!

Clides: mas que cê fez? Transo com mulher de algum político?

Manezão: não é. Fez um acordo meio safado com o governador.

Jelson: tá ficando bobo é? Ainda acredita em acordo?

Manezão.Tô. Mas logo vou sair. O pessoal ainda é aquele?

Clides: São. Pode ficar sossegado.

Cleison: tú vai dar o bolo ou vai se mudar para um presídio de segurança máxima. ?Afinal, aqui não é lugar para bandido do teu calibre.

Manezão: como é não quero ficar muito tempo de férias vou dar o bolo.

Clides: que pena! E lisa como vai?

Manezão: que lisa! Para mim ela morreu. Tô com outra.

Cleison: vai me dizer que cê não mato a infeliz?

Manezão: não. Deixei ela ir com seu amante, o quinzinho. Ricardão e traidor.

Cleison: não acredito.

Jelson: pelo menos espancou os dois?

Manezão: não.

Jelson: que aconteceu? Ficô doente?

Clides: cê conheceu a outra antes de saber disso?

Manezão: não. Depois. Mas…Mata os dois ia me deixa mal.

Cleison: ah é. Cê nunca matô ninguém. Sempre mandou mata.

Clides: e que é a outra? Deve ser um mulherão.

Manezão; é clara. Amanhã ela aparece. Cês vão ver que gracinha.

Clides: eu já namorei uma. Será é que ela?

Cleison: perá. Vai me dize que tú tá namorando minha irmã.

Manezão: que eu saiba que ela não ter irmão.

Cleison; mas se fô, cê é gente fina.

Jelson; acha que tá mais pra vizinha, ela mora mais perto dele que você.

Cleison: cê se esqueceu que também moro perto dele?

Manezão: gente, amanhã a gente resolve esse mistério. Vamo dormir. Deve ter um cochão para mim sobrando, não?

Clides: pega o meu e dorme sossegado.

Manezão: não precisa. Eu me viro. Para o

Clides: pega e dorme.

Jelson: vai logo, que eu quero dormir.

Cleison: deita, senão vai levá porrada.

Manezão: até amanhã, cambada.

Dormem.Saem logo em seguida.Reaparecem alguns no bar, chega clara em seguida.

Clara: pessoal, meu marido onde está? Não tá por aí com nenhuma, não?

Tunico; cê não sabendo ainda? Não te disseram?

Marquito: xi, a clara.Era ela que faltava.

Clara; o que aconteceu com ele? Não foi…

Marquito: não. Isso não. Foi preso.

Clara: cês são foda. Que porra de amigo cês é? Deixa prá…Cês tem bastante dinheiro em caixa?

Tunico: tem. E o pessoal vai contribui também.

Clara; tá. Amanhã eu quero o dinheiro na minha mão.Onde já se viu eu fica longe dele um dia?

Marquito: concordo.Desculpe-me.

Clara: desta passa.

Tunico: deixa eu arrecadá o dinheiro.Até…

Clara: boa noite.

No outro dia aparece tunico e ela.

Tunico: tá aqui.Lá dentro você fala que é pro manezão.Ai, eles não vão quere nem olha.

Clara: já que é assim.Eu vô lá.Tchau.

Tunico: cuida-se.

Sae.Reaparece na cadeia

Carcereiro: manezão, tua mulher.

Manezão: esse ai é a clara.Conhecem?

Cleison: não é minha irmã, não.

Clides: oi se lembra de mim?

Clara: nunca te vi na vida.Tudo bom, querido?

Manezão: tudo.Sentiu muitas saudades?

Clara: que pergunta.Lógico.

Jelson: posso interromper.Por acaso você não mora na rua um?

Clara: sim.Cê já morou lá, não? Tú não é o jelson?

Jelson: só.Há quanto… Agora tá com ele e a vida?

Clides: será que o bolo dá pra tira nois quatro?

Clara: tá bem. Acho que dá, viu.Tome, amor.Até mais tarde.

Manezão: vai dá. Depende deles.Tchau, bem.Até…

Carcereiro: o que tua mulher trouxe?

Manezão: calma.Seus mercenários, só que tem que tirar os outros.

Carcereiro: isso dá. E alias, a gente tinha que limpa essa cela mesmo.

Vai vim remessa manhã. É até um favor.

Manezão; tá bom.Pode ir, pessoal.

Carcereiro: volte sempre.A casa é sua.E fala pro tunico que qualquer hora eu passo na casa dele.

Manezão: tá tchau.

Saem.Reaparecem no bar.

Clara: já amor?

Manezão: foi rápido assim?

Clara: foi.Ainda bem.Não agüentava mais.

Tunico: e o governador?

Manezão: esse me paga.Qualquer hora seqüestro o filho dele.Agora beber uma cerveja e continuar a vida.

Marquito: clara, pode pedi quanta cerveja quisé.

Manezão; que é isso? Tá maluco?

Marquito: não.É que avisei todo mundo, menos ela.Se não fosse aparece aqui, esquecia de contar.Viva, clara.



 
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Publicado por em agosto 25, 2007 em Geral